3/29/2006

Coletânea

ANtes que falem qulquer coisa, abaixo segue a coluna que sai às terças-feira no jornal A Tarde, escrita por este que vos escreve:

Radiohead por aqui?
A produção do Tim Festival está tentando fechar shows da banda inglesa Radiohead para a programação do festival deste ano. Como o evento deve esticar seus tentáculos para alguns shows em Salvador, não custa sonhar. É o quinto ano consecutivo que o festival tenta trazer o Radiohead para o Brasil. Em maio, o grupo dá início a uma nova turnê européia e finaliza os shows com apresentação no V Festival, em agosto.

É desse evento inglês que costuma sair alguns dos nomes que vêm se apresentar no Tim. A banda inglesa deve aproveitar a turnê para testar as músicas do novo disco. Em julho, o Radiohead aparece na trilha sonora de uma animação baseada em uma adaptação de “A Scanner Darkly” de Philip K. Dick. A trilha inclui a banda tocando ao lado do diretor do filme, Richard Linklater, além de uma canção do vocalista Thom Yorke. O líder do grupo na verdade estaria preparando um primeiro disco solo

Curitiba Rock Festival

Em tempo de especulações, os boatos sobre o Curitiba Rock Festival começam a pipocar enquanto a produção não solta nenhuma informação. O festival que trouxe Pixies, Teenage Fanclub, Weezer e Mercury Rev em anos anteriores deve continuar com nomes internacionais relevantes. As especulações falam em Ian Brown [ex-líder do Stone Roses] como nome certo, além de Interpol, Morrissey, Depeche Mode, Cardigans, Dandy Warhols, Dinosaur Jr... É esperar as confirmações. O festival acontece nos dias 20 e 21 de maio.

Nada de Dub em Salvador


O coletivo Easy Star All Star está com turnê fechada no Brasil. E mais uma vez, Salvador, que era destino certo, ficou de fora. O grupo, que transformou o clássico “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, em versões dub, se apresenta lá no Brasil: Porto Alegre, Sampa, Rio e Belo Horizonte. Outro grupo que está com agenda de shows pelo Brasil é a Sham 69. A banda, que tem 30 anos de carreira e é uma das precursoras do street punk, se apresenta em junho em São Paulo.

Canto dos Malditos

Como já tínhamos adiantado aqui e a produtora da banda fez questão de negar, a banda baiana Canto dos Malditos na Terra do Nunca está com contrato assinado com a gravadora Warner. A produção do primeiro CD está a todo vapor, com a banda no Ri ode Janeiro, enfurnada em um estúdio sob o comando do guru do rock independente brazuca Carlos Eduardo Miranda, responsável por grandes descobertas no meio. O disco deve ficar pronto em abril.

Rock no interior
Conquista entra no mapa rocker baiano. A cidade integra a turnê Banda Antes, que foi adiada para maio e inclui bandas como a ótima Vanguart [MT], Zefirina Bomba [PB] e Faichecleres [PR]. A turnê passará por cidades nordestinas e vai até Belém, incluindo Conquista e Salvador. Outro evento é o Conquista Rock Festival, que será realizado em outubro. Antes, de 20 a 23 de abril, a cidade recebe o Point Rock dentro da Miconquista (a banda Ecos Falsos é a primeira confirmada) e um palco alternativo dentro do Festival de Inverno.

3/28/2006

Louvai a novidade


Festival reúne a nova música brasileira em Maceió

O nome era Festival de Música Independente (FMI), mas poderia ser Festival da Nova Música Brasileira. Aquela que não toca em rádio, não freqüenta TV, não é cantada por multidões, mas que mostra a tradicional criatividade dessa arte no país. Em três dias de evento, realizado neste último fim de semana, Maceió reuniu no Teatro Deodoro e no Armazém Uzina 24 bandas desse universo. A grande maioria delas do Nordeste, sendo mais da metade de Alagoas, que provaram existir novidade e inventividade na música brasileira.

Um festival histórico que celebrou a produção musical alagoana recente, bastante rica, mas pouco conhecida, mesmo no próprio estado. Pela primeira vez na história, por exemplo, tocaram num mesmo evento os quatro principais nomes dessa nova música de Alagoas: Wado, Mopho, Sonic Jr e a Living in the Shit. Ilustríssimos desconhecidos para quem não circula no paralelo mundo da música independente brasileira, mas alguns dos principais nomes dessa nova leva de artistas.

O FMI marcou coincidentemente os dez anos do surgimento dessa cena e chegou até com atraso. Antes tarde do que nunca. Aconteceu e com uma competência difícil de se encontrar em festivais iniciantes. Com uma boa estrutura e uma bela organização, o evento de Maceió, que já é certo para 2007, caprichou na mistura de ritmos, estilos e de origem dos artistas convidados. Um reflexo talvez da nova cara do que acontece com a música no Brasil.

Ousadia sem preconceitos


Nomes como Wado, Experiência Ápyus, Marcelo Cabral & Trio Coisa Linda representam uma das facetas dessa nova MPB, meio trajada de rock com violão, de funk com samba, de mistura de gêneros com personalidade própria. Wado, acompanhado da banda Realismo Fantástico, é um dos maiores representantes disso e mostrou ao vivo a qualidade de seu trabalho. Com três CDs lançados, jogou em casa, com seus “hits” de samba-funk mais dançantes ao que o público respondeu com uma recepção calorosa e surpreendente até para o cantor. “Sotaque”, “Tarja Preta”, “Grande Poder”, entre outras, quase todas acompanhadas em coro pela platéia, renderam alguns dos momentos mais emocionantes do festival.


Se há algo novo, porém, que marcou a música brasileira no último ano foi o grupo Cidadão Instigado, capitaneado pelo grande guitarrista Fernando Catatau. É dele quase toda criação do grupo, que levou para Maceió um show impecável e emocionante. Tímido, de olhos fechados e em transe com sua guitarra, Catatau mostra uma linguagem musical própria, usando o rejeitado brega, os nordestismos e a falta de limite em criar instantes de pura inspiração. Êxtase do público no melhor show do evento.

Um festival que não se conteve em trazer apenas novidades. Aliás, o maior nome do FMI já tem 69 anos e fazia o primeiro show da carreira em Maceió. A presença de Tom Zé já era histórica e o cantor e compositor baiano mostrou porque cabe perfeitamente num encontro de música independente. Seu trabalho é prova de autonomia, especialmente das regras comerciais e estéticas que imperam na “grande” música brasileira de hoje em dia. E foi assim na abertura do festival, apresentando em um grande show seu novo disco, uma opereta em homenagem às mulheres e ao pagode, e desfilando alguns de seus clássicos. Antológico.

Do instrumental ao rock


Um festival de novidades, mas que não excluiu as tradições e nomes mais populares. Como o forró escrachado de Tororó do Rojão e o pife cheio de charme de Chau do Pife. Nem tampouco a releitura de ritmos tradicionais do Nordeste apresentada pelo grupo paulistalagoano Pedra de Raio, que levou ainda um grupo de senhoras baianas do interior alagoano para mostrar suas danças e ritmos em meio ao público. Um festival que coube também o rap crítico de Vitor Pirralho e Unidade 3,14, que incluiu guitarra, baixo e betas eletrônicos em seu som. Ou o reggae roots sincero e de qualidade do grupo local Vibrações Rasta, com um vocalista que transpirava emoção. Ou ainda o samba-funkeado-perfeito-para-dançar dos pernambucanos do Negroove.

Teve espaço nesse ambiente de novidades, a musicalidade de Pernambuco, representado também pelo grupo Bonsucesso Samba Clube. Eles mostraram o Mangue Beat atualizado, pegando ritmos locais, como coco, ciranda e maracatu, somados a sonoridades universais e criando um tal de Original Olinda Style. Funcionou mesmo distante da cidade pernambucana. Assim como funcionou o som de um homem só de outro dos grandes representantes dessa nova música alagoana. Há tempos sem se apresentar na terra natal, Juninho mostrou sua inventiva mistura de batidas eletrônicas e percussão. Coube ainda as misturas de grupos como Xique Baratinho (AL), Jackson Envenenado (PB) e Living the Shit, esta uma lendária banda local que voltou aos palcos depois de anos para mostrar heranças do Mangue Beat.

Só um festival com perfil independente para juntar tudo isso e ainda apostar em ousadia, música instrumental e experimentalismo. Seja o com quase cabeçóide jazz com ritmos tradicionais e muita percussão do Projeto Cru (SP), da percussionista Symone Soul. Seja na música instrumental do Duofel, dupla que tira dos violões sons inacreditáveis. Claro que não poderia abrir mão do bom e velho rock´n roll, representado no evento pelos cariocas do Autoramas, que fez um daqueles shows de levantar defuntos e pelo Mopho, banda local com som retrô, cheio de psicodelia e cores, que fez uma belíssima apresentação. Se a proposta era preencher uma lacuna e pagar uma dívida com a cultura local, o FMI deixou um saldo extremamente positivo. Como disse Railton Sarmento, um dos organizadores do evento: “Metemos o facão no chão e abrimos um sulco. Desse sulco temos certeza que vão brotar muitos produtos novos, muita banda boa. Alagoas tem uma cultura riquíssima”.

3/23/2006

Radiohead em Salvador? e outra snovas

Tim Festival
Não é tão impossível assim. Breve mais informações.

"Terruá Beat"
Claro que o título é uma brincadeira, um trocdilho com o movimento que mexeu a scoisas em Pernambuco. Mas é aposta desse que vos escreve há uns meses e vem se confirmando. A nova e a tradicional música do Pará vai conquistar o Brasil nos próximos meses (tô devendo um texto aprofundando isso). Bandas novas de rock, velhos mestres de ritmos tradicionais, grupos que misturam sons, tradição, modernidade, tecnobrega... a cena paraense vem aos poucos ganhando espaço e, repito, deve despontar nos próximos meses. Grupos como Cravo Carbono, Norman Bates, Suzana Flag meio que abriram as portas, para em seguida aparecer Stereoscope, Eletrola e os Mestres da Guitarrada. Ai novos nomes começam a despontar no cenário nacional, como o interessante Coletivo Cipó, o excelente La Pupuña (que tocam em Salvador dia 12), entre vários outros. Tem riO destaque já começa ganhar revistas, jornais... Tudo com um apoio do governo, de uma rádio pública local e de pessoas trabalhando pelo coeltivo. Tenho que escrever isso de novo: pessoas trabalhando pelo coletivo. Semana passada em São Paulo, aconteceu o Terruá Pará, um evento com dezenas de grupos apresentando ess enovo cenário paraense. Não estive lá, infelizmente, mas o jornalista Pedro Alexandre Sanches fez uma boa cobertura. Leia aqui. O Pará se movimenta não só produzindo, mas seguindo os bons exemplos, se abrindo para novidades. Um grande festival ainda vai rolar esse ano e uma rádio que toca tudo, rock, erudito, regional... Breve dou mais informações.

Despedida da Soma
Uma das mais criativas bandas baianas da nova geração está se despedindo. A Soma se apresenta pela última vez, pelo menos em Salvador, no próximo dia 1º (abril) no Teatro Gamboa. Metade da banda (o vocalista, guitarrista e principal compositor Rafael e o guitarrista Josué) estão partindo para São Paulo onde vão tentar remontar o grupo.

Nova rádio
Deu lá no blog irmão Rock Loco: Salvador vai ganhar uma nova rádio. Trata-se da OI FM www.oifm.com.br/, que já opera em seis cidades (Rio, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Vitória e Uberlândia). Se confirmar pode ser uma boa nova no dial baiano, já que a rádio apresenta um perfil interessante. Exemplos:
- No top 10 com dicas de sons constam nomes como Coldplay, Los Hermanos, Kaiser Chiefs, Vanessa da Mata, Ultraje a Rigor... nada demais, mas comparando com o que costuma tocar nas existentes é uima benção.
- Entre os programas da rádio está o Frente, conduzido pelo tecladista do Skank. Nele uma programação focada na música independente brasileira. Essa semana, por exemplo, rolou Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, Frank Jorge, Ambervisions, entre outros. Todas as segundas, 10 da noite.
- Outro é o tradicional Ronca Ronca, com Mauríco Valadares, que além de tocar todas as vertentes do rock, faz entrevistas exclusivas. (o programa rola apenas na Oi do Rio, mas pode ser ouvido on line)
- Tem ainda programas de música brasileira, música eletrônica, outro de lounge e chill out, outro de hits clássicos da música mundial... e por ai vai.
Evidente que não é a rádio dos sonhos, mas amplia as possibilidades. Ainda mais porque a rádio promete programas regionais e não receber jabá. A rádio Oi entrará no lugar de outra rádio já existente no dial local. è torcer para ser boa de fato.

Novos espaços
Outra boa nova da semana é a possível volta do Circo Relâmpago, lendário espaço que abrigou shows antológicos nos anos 80. A notícia fala em uma lona com capacidade para 8 mil pessoas. Portela é dono da Cia de Pizza e um dos poucos homens que apóia a cena rock e pop da cidade. Pois o empresário também está perto de abrir um novo espaço para shows. Menor, mais tímido, mas que promete. O espaço seria numa casa no Rio Vermelho e abrigaria um café e ambiente de show para 200 pessoas. Se existissem dez empresários como Portela em Salvador, a cidade seria outra.

Brincando vai voltar
Guitarrrista novo e a última formação: Messias, Tiago e Cury. A veterana brincando de deus volta em breve.

The Honkers solta novidades
A loucura da Honkers começou. Depois da promessa de soltar sete discos, a banda deu início a saga. Dois trabalhos novos estão disponíveis no site da banda no Trama Virtual (http://tramavirtual.com.br/the_honkers). O principal lançamento é o EP "Roll Up Your Sleeves And Help Us Rock Up This Honker World", que foi gravado ao vivo numa tarde de dezembro de 2004. Por enquanto sai apenas em formato virtual, já que o selo argentino que iria lançar não vai mais.

3/18/2006

O ano do Brasil independente lá fora

Não é só o Brasil mais tradicional e festeiro que ganha espaço na Europa e nos Estados Unidos, o rock também vem ganhando terreno. Algumas bandas engatam a primeira ida a terras gringas, outras já repetem a façanha. É o caso dos velhos punks do Replicantes, que partem em maio para sua segunda turnê com shows pela Suíça, Alemanha, Noruega e Áustria. Se a primeira viagem rendeu um DVD, esta segunda deve gerar um livro contando como é tocar na Europa e as histórias da viagem. Os cariocas da banda de hardcore Jason, que estão com o quarto disco (“Regressão”) quase pronto, também partem para segunda turnê européia. A viagem começa em março e vai até maio, durando 46 dias e incluindo shows na Alemanha, Áustria, Eslovênia, França e Suíça. Assim que voltar, o grupo deve fazer uma nova turnê, agora pelo Nordeste. Também do universo hardcore, os paulistas do Street Bulldogs começaram esta semana sua primeira turnê européia, que prevê shows na Alemanha, Bélgica, França, Suíça, Espanha e Portugal. Quem também está partindo para shows internacionais, é o hypado Cansei de Ser Sexy, que no meio do ano fará excursão por clubes europeus. Já o cantor e compositor Curumin está partindo para uma série de shows pelos Estados Unidos, onde faz seis shows em três cidades (Nova York, Miami e São Francisco). Enquanto isso os baianos da Cobalto seguem fazendo vários shows pela Finlândia. A banda está na Europa desde novembro e toca em julho no Master of Rock, na República Tcheca, um dos festivais mais importantes da Europa, que terá também Whitesnake, Kreator, Helloween, entre outras bandas.

3/16/2006

O CD morreu! Viva o MP3!

Quer novidades? Velharias? Raridades? Tem de tudo perdido por ai na Internet.

1 - The Beastles "Let It Beast"
O novo trabalho do dj BC, ele que já havia misturado o Álbum Branco com as rimas e batidas do Beastie Boys, continua na sua saga de mesclar as duas bandas. Agora Beatles e Beastie Boys aparecem no "Let it Beast". que ocmo o nome já diz, é o Let It Be com Beastie Boys. Disco? quem precisa deles? Baixem aqui.

2 - The Dead Billies "Heartself Sessions"
Segundo disco da antológica banda baiana. Não tão raro quanto o primeiro, que é dificílimo de encontrar, esse "Heartself Sessions" traz os Billies mais soltos e passeando por outras sonoridades que não apenas o psychobilly.

3 - Damião Experiença "Planeta Lamma"
Quer ouvir maluquice? Doideira mesmo? Difícil encontrar algo que se encaixe mais nisso do que Damião Experiença e seu clássico "Planeta Lamma". A própria figura de Damião já merece atenção. Responsável por lançar 34 discos em 18 anos de carreira, Damião vive nas ruas do Rio de Janeiro catando lixo e sucata. Confundido com mendigo, possui várias lendas em torno de sua história, desde que é um ricaço desiludido que se diverte gravando discos, ou que é considerado como um rei em Trinidad Tobago onde vai visitar com certa frequência. O certo é que gravou vários discos criando uma música bastante particular. As vezes vende os discos, mas normalment eos distribui pelas ruas, até jogando dentro dos carros que passam. Nos discos ele é sempre o responsável pela gravação, arranjos, prensagem, embalagem, vendas e layout da capa. "Planeta Lamma" aprsenta o universo criado por Damião: precárias músicas gravadas com um violão de apenas uma corda, uma gaita amarrada no pescoço e um chocalho preso no violão, com letras absurdas que falam de quase tudo que se possa imaginar.

4 - Saci Tric "Ao Vivo no Teatro XVIII"
Ronei Jorge é hoje um dos principais nomes do cenário rock baiano com os companheiros da Ladrões de Bicicleta. Antes do projeto atual, Ronei esteve envolvido em outras boas bandas. Primeiro a sensacional Mutter Marie, que em breve deve ter músicas lançadas numa coletânea de bandas baianas póstumas. Nessa época já havia um flerte de rock com alguma coisa de música brasileira, mas foi com a Saci Tric que a coisa virou namoro e se solidificou. Um misto de guitarras insanas de Jimi Hendrix com levada brasuca, sem vergonha de encarar o conmservadorismo do rock baiano. Ganhou o respeito local e as bases para fazer o excelente trabalho que desenvolve atualmente.

5 - Sonics "Bloom"
Clássico de uma das bandas mais importantes do rock garageiro dos anos 60. Influência de muita gente boa. Esse disco é um dos mais importantes do grupo norte-americano. Lançado em 1966, é o segundo trabalho deles, trazendo entres as 16 faixas uma versão da clássica Louie Louie.

3/14/2006

Abril Pro Rock

21/04 - sexta
Diplo (EUA), Stereo Total (Alemanha), kook and Roxxy (alemanha), Dj joão gordo (SP), DJ Igor Cavalera (SP), Montage (CE) e Bloco Mega hits (PE)

22/04 - Sábado
Angra (SP), Atrocity (Alemanha) Leaves Eyes (Alemanha), Forgotten Boys (SP), Cólera (SP), Lou (BA), Terraprima (PE), Ungodly (BA) e Medulla (RJ)

23/04 - domingo
Cachorro Grande (RS), Frank Jorge e Volver, Orquestra Imperial (RJ), Cidadão Instigado (CE), Lafayte os Tremendões (RJ), Camille (França), Parafusa (PE), Carfax (PE) Iupi (PE) e Maquinado (PE)

3/08/2006

Prêmio Rock Independente 2005

Saiu, finalmente saiu. Depois de uns problemas técnicos, de divulgação do site, sem o prêmio estar valendo, agora é para valer. A fórmula muda um pouco esse ano. Não é mais um site com formulário para votação. Desta vez, quem quiser escolher os melhores do rock independente baiano em 2005 deve escolher um indicado em cada categoria e enviar um mail para premiorockba@gmail.com. Os votos serão recebidos até o dia 31 de março. O site do prêmio é o http://premiorockba.v10.com.br.

Os indicados são:

Banda

Cascadura
Retrofoguetes
Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta
Sangria
The Honkers

CD

“Azul e Roxo” - tara code
“Deep Visions of Unreality” - Veuliah
"O que me ensinaram a pensar" - Malcom
“Revés de um Si Bemol” - Mirabolix
Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta

EP/ Demo

“Amanhecer em Minas Gerais” - Starla
"Dramorama" - Soma
Lou
“Tecnologia s/a” - Tritor
Canto dos Malditos na Terra do Nunca

Banda ao vivo

Cascadura
Retrofoguetes
Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta
Sangria
The Honkers

Revelação

Canto dos Malditos na Terra do Nunca
o vestido preto de Valentina
Malcom
Mirabolix
Starla

Banda do Interior

5 Contra 1 (Poções)
Ardefeto (Vitória da Conquista)
Cama de Jornal (Vitória da Conquista)
Declinium (Dias D´ávila)
LP e Os Compactos (Feira de Santana)

Banda visitante (show)

Cachorro Grande (RS)
Gram (SP)
Nervoso e os Calmantes (RJ)
MQN (GO)
WRY (SP)

Selo

Atalho
Big Bross
Estopim
Frangote
Maniac

Espaço (para shows e festas)

Calypso
Casarão Santa Luzia
Miss Modular
Rock in Rio
Zauber

Evento

Beatles Social Club
Big Beats
Gravação do DVD da brincando de deus
Mercado Cultural
Seletiva Claro que é Rock

Evento no Interior

A Conquista do Rock (Vitória da Conquista)
Cacau Ouro Festival (Itabuna)
Conquista Rock Festival II (Vitória da Conquista)
Pólo Rock Festival – 2ª Edição (Camaçari)
Rock Rio São Francisco (Bom Jesus da Lapa)- 2

Festa

8 ou 80
Boogie Nights
Nave
Os Maicols
Soul Sundays


Imprensa/ Internet


Bahia Rock
Caderno Dez (A Tarde)
Discomania (Correio da Bahia)
el Cabong (blog)
Rockloco (blog)

TV/ Rádio

16 Toneladas (Rádio Educadora)
A Hora do Rock (Globo FM)
Curto Circuito (Transamerica)
O Novo Rock Baiano (TVE)
Soterópolis (TVE)

3/01/2006

O CD morreu! Viva o CD!


A crise das gravadoras, o relançamento de discos ainda inéditos em CD, a busca por álbuns raros... Tudo isso vem recolocando em catálogo diversos discos importantes esquecidos durante anos e anos pelas gravadoras. Alguns trabalhos raríssimos, difíceis de encontrar em vinil e que nunca chegaram a CD vem sendo lançados de tempos em tempos, graçs principalmente ao trabalho de gente como Mareclo Fróes e Charles Gavin (que já deveria ter abandonado os decadentes Titãs há tempos e se dedicado só a isso). Há algumas semanas, foram relançados os mais clássicos trabalhos do antológico grupo Mutantes. Agora a Som Livre está lançando 25 discos em CD pela série Masters resultado de pesquisa de Charles Gavin. São trabalhos de épocas, estilos e artistas diversos, mas há vários de samba jazz paulista e três grupos que contaram com Hermeto Pascoal. Entre os destaques estão:

Alceu Valença — “Molhado de suor” - Depois de um disco em parceria com Geraldo Azevedo, Alceu Valença mergulha nos sons udigrudi recheado de rock e psicodelia. Sabe um daqueles itens obrigatórios numa coleção de discos? Pois é, clássico absoluto da música brasileira, com Alceu ainda jovem, ousado e trazendo uma sonoridade impressionante. Ouça e veja porque Alce merece todo respeito que tem. Músicas como "Borboleta", Punhal de Prata" e "Cabelos Longos" fazem a gente entender que havia rock em Pernambuco muito antes de Chico SCience.

Novos Baianos — “Vamos pro mundo” - Disco de 1974 que traz a genial mistura de chorinho, rock e baião do grupo baiano, no primeiro trabalho sem Moraes Moreira. Traz músicas ainda em parceira com Moraes, como "Escorrega Sebosa" e "preta Pretinha no Carnaval", além de "Um Bilhete para Didi" (de Jorginho) e uma versão de "Na Cadência do Samba", de Paulo Gesta e Ataulfo Alves.

Tom Zé — “Nave Maria” - Lançado em 1984, era o único disco de Tom Zé totalmente inédito em CD (além da parceria com Gereba). Foi lançado seis anos depois do anterior, "Correio da Estação Brás", que assustou a gravadora e fez com que terminasse o contrato. "Nave Maria" foi o último antes de fazer Tom Zé cair no ostracismo. O disco traz músicas do próprio compositor, além de uma parceira com Odair Cabça de Poeta e Oscar Souza.

Gerson Conrad e Zezé Motta - Depois do término do Secos & Molhados, o cantor, compositor e violonista se juntou em 1975 ao letrista Paulo Mendonça e à cantora Zezé Motta, com destaque para as músicas "Trem noturno" e "A dança do besouro".

Tim Maia - O álbum de 1977, lançado após o segundo Racional (que tem o volume 1 chegando ás lojas também este mês).

As trilhas sonoras dos infantis “Sítio do Picapau Amarelo” e “Vila Sésamo”, com diversos artistas. O grupo Os Brazões que tocava com Gal Costa no período psicodélico. Além de Zimbo Trio + Metais — “Decisão”, Rosinha de Valença, Sansa Trio, Sambrasa Trio — “Em som maior”, Osmar Milito — “... e deixa o relógio andar!”, Bossa Jazz Trio, Manfredo e seu Conjunto — “Bossa nova nova bossa”, Vincius, Marília Medalha e Toquinho — “Como dizia o poeta”, Marcos Valle — “Vontade de rever você”, Brazilian Octopus (Som Livre), A Voz do Morro — “Os sambistas”, Sambalanço — “Reencontro com Sambalanço Trio”, Quarteto Bossamba, Don Junior — “Seu conjunto e seu sax maravilhoso/Sambas”, Sidney Miller — “Línguas de fogo”, Sambossa — “5” e Som 3.

Está sendo lançado também outra preciosidade. O disco inédito de Sérgio Sampaio, "Cruel", de 1994. Uma raridade, que o cantor e compositor Zeca Baleiro tirou da geladeira, através de seu selo Saravá Discos. O álbum, quarto da carreira de Sampaio, estava para ser lançado quando o cantor morreu e permaneceu no esquecimento. Treze músicas "novas" e inéditas lançadas postumamente.

A Som Livre pretende incluir no próximo lote da série discos de Moraes Moreira ("Alto Falante"), Alceu Valença (o ao vivo de 1976) e Trio Elétrico Dodô e Osmar ("A Banda da Carmem Miranda"). Viva o cd!

O que será do Carnaval baiano depois de FatBoy Slim? Ou como provar mais uma vez que o reino do Axé está cada dia mais decadente.


Talvez não dêem a importância devida na imprensa e tenha passado despercebido pela maioria dos milhões de foliões que foram às ruas nesse Carnaval em Salvador. Mas quem viu, deve concordar, o DJ FatBoy Slim pode ter inaugurado o novo Carnaval de Salvador. Tudo bem que Daniela Mercury já tinha levado música eletrônica para o circuito carnavalesco. Tudo bem que atrações fora do mundo do axé já haviam brilhado na festa e que nesse mesmo ano um outro nome de peso do show business mundial tenha passado pelo carnaval baiano.

O porém é que ninguém fora do reino do axé comandou tão bem e arrastou uma platéia tão grande e diversa quanto o DJ inglês. Não deve ter sido o acaso que colocou alguns dos poucos bons nomes que ainda restam no Carnaval de Salvador abrindo alas para Fatboy Slim. Daniela Mercury, Armandinho (que andou criticando a presença de estrelas não baianas no Carnaval de Salvador) e Margareth Menezes. Fatboy soube aproveitar o espaço aberto e comandou como se estivesse em um show próprio. Nem parecia um gringo em terras tão fechadas a sons desconhecidos.

Acompanhado dos dos principais djs brasileiros, Patife e Marky, o inglês era sorriso de orelha a orelha desde a concentração no Farol da Barra. Vestido com uma camisa da seleção, como os outros djs, e armado com uma daquelas buzinas barulhentas de Carnaval, FatBoy provocou alguns dos melhores momentos do Carnaval baiano em anos. E não era por ser estrela internacional e um dos maiores nomes do seu ofício. A maioria ali nem sabia disso. Se dentro do bloco, um público de playboys e patricinhas se espremia achando que estava numa boate qualquer e se preocupava mais em procurar o alvo do próximo beijo, do lado de fora o folião chamado de pipoca (o que sai fora dos blocos), também espremido, entre cordas e camarotes, se largava, se esbaldava e deixava as batidas tecno guiarem as cansadas pernas já no último dia de Carnaval.

FatBoy fez o prometido, transformou o Circuito Barra Ondina numa grande rave, revezando break beats, batidas, efeitos e incluindo alguns hits no set. Com bom senso, disse que escutou Axé, mas preferiu não incluir no seu set, já que, "não é meu tipo favorito de música. Pensei que poderia incorporar alguma coisa no show, mas acho melhor deixar isso para os brasileiros e tocar o que eu faço sempre." Então tome-lhe "Groove in the Heart" do Deee Lite, "Billie Jean" de Michael Jackson, "Baby Boy", de Beyoncé, "Mas que Nada" de Jorge Ben eram alguns dos sons mais familiares para o grande público. Incluia também "Around the World" do Daft Punk, a introdução de Born Slippy do Underworld, Basement Jaxx, The Cream e clássicos pessoais, como "Righ Here Righ Now", "Praise You" e "Wonderful Night".

Se todo mundo vai repetir que FatBoy Slim fez chover, já que foi o bloco entrar na avenida para pouco depois cair uma chuva inédita na festa deste ano, estarão certos em dizer também que foi uma rave a céu aberto, uma Love Parade em pleno templo do axé. Fat Boy fez seu show particular, botando o público para aplaudir no ritmo de suas batidas, ou para girar as camisas e principalmente criando uma pista de dança.

O público mais ligado a sons como pagode e axé até que estranhou no início, mas aos poucos o que se viu foi uma junção de peles negras com a multidão de gringos que já conheciam o inglês. Um clima rave, sorrisos na cara, danças estranhas e todo mundo se soltando nas batidas eletrônicas. êxtase geral. O discurso que no Carnaval de Salvador cabe tudo nunca foi tão correto, o que talvez não se mantenha de agora em diante é que vai ser preciso sempre um cara com a capacidade de Fat Boy Slim para jogar o Carnaval para cima e mostrar que existe muito além do mais do mesmo que o Axé insiste em projetar. Viva a diversidade.



Campanha abaixo os blocos
Se cada vez mais fica a certeza da inutilidade da existência de blocos. Mais do que isso, a certeza que eles só servem para exclusão e benefício de uns poucos. A terça-feira de Carnaval estava calma, tranquila. Apertos em lugares onde os camarotes e as cordas dos blocos deixavam as pessoas comuns com a sensação de que aquelas ruas não eram públicas. Uma das resposáveis pela segurança do bloco da Skol, inclusive, dizia, sem pensar, que quem estava dentro do bloco tinha mais direito, porque tinham desenbolsado dinheiro. Bom, eles tem direito a curtir dentro das cordas, mas não dá direito de apertar nas ruas para quem paga. A rua é pública e a sugestão é que músicos, imprensa, público e quem mais se interesse se organize para mudar as regras. Abaixo as cordas, viva a liberdade de pular na rua.