6/29/2004

Manu Chao
Domingo, 27 de junho. Parque do Ibirapuera, São Paulo. Cerca de 60 mil pessoas lotavam a Praça da Paz para assistir o show de abertura do Fórum Cultural Mundial. Coube aos convidados começar a festa. Entre outros, passaram pelo palco Rossi do grupo Pavilhão 9, a cantora Paula Lima, o rapper Rappin Hood e B-Negão exigindo: "Vamos priorizar as prioridades".

Marcelo Yuka, ex-integrante do grupo O Rappa, pela primeira vez apresentando seu novo trabalho, leu um relato jornalístico sobre o julgamento dos quatro assassinos do índio Pataxó Galdino. “Palavras não podem descrever como era horrível aquilo”, bradou feroz e repetidamente lendo um dos trechos em que um parente do índio, emocionado, descrevia sua sensação ao ver a foto do índio com 90% do corpo queimado.

No final, chamou os artistas ao palco e pediu que todos mostrassem seu poder de indignação, com punhos estendidos ao ar bradou contra a injustiça em casos como Vigário Geral, Benfica, entre outros, contra a Governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus e contra o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. “Ninguém aqui é otário! Nós não somos otários”, gritava emocionado. Foi ovacionado por vários minutos, arrancando lágrimas de parte do público.

A grande atração da noite, porém, era o cantor franco-espanhol Manu Chao, que em cerca de 40 minutos apresentou sua mistura de rock, rumba, reggae, salsa, numa incrível sala musical. Acompanhado de David Bourguignon (bateria), Gambeat (baixo), Garbance (percussão), Madjid Fahem (guitarra) e Philippe Teboul (teclado), Chao desfilou alguns de seus principais sucessos. Canções como "Desaparecido", "Minha Galera" e "Clandestino", num bom show, mas bem distante do que era capaz.

Para encerrar a noite, Chao convidou o cantor e compositor Gilberto Gil, para juntos cantarem uma música do jamaicano Bob Marley. Gil então, sozinho no palco, e em seguida com sua banda, tratou de manter o clima em alta cantando vários de seus sucessos e versões gravadas por ele.

Pagando a dívida

Manu Chao devia saber que no domingo não fez um daqueles shows espetaculares que está acostumado e que o público brasileiro já conhece. Tratou de pagar a dívida e fez um show extra na segunda-feira. Com um som muito melhor que o do Ibirapuera e num espaço onde ficava mais próximo do público, o cantor pagou com sobra o que devia. O clichê "ninguém ficou parado" vale integralmente para o show realizado na Choperia do Sesc Pompéia.

A primeira parte da apresentação foi idêntica a todo o show do dia anterior, claro que com a energia da banda e do público contaminando um ao outro e explodindo em uma festa digna de Carnaval. Inverno, frio, São Paulo. Não, não fazia frio, apesar da estação. E não parecia a capital paulista. Se dissessem que era um trio elétrico no carnaval baiano, ou um bloco nas ruas de Olinda ou do Recife, ou mesmo uma bateria de escola de samba no Rio de Janeiro, ninguém iria duvidar. Uma festa de deixar o organismo inteiro pedindo chega no final.

Foram pelo menos duas horas de show, quatro voltas ao palco e uma daquelas apresentações pra marcar como uam dasmelhores que qualquer um ali já viu na vida. O melhor é que ele deve fazer uns 100 shows desses por ano. Absurdo, mas nem dá para deixar o queixo cair, porque antes você já se pega pulando, dançando, batendo palma com a banda e vibrando junto com todos a sua volta. Que interessa se no outro dia o joelho vai doer, os calos vão estar estourados, a voz vai ter ido embora e a cabeça vai estar explodindo?

Impossível não ficar com um sorriso estampado na cara com aquela junção meio louca, mas muito bem feita de rock, reggae, mambo, dub, salsa, ska, rumba, tudo misturado e bem misturado. Uma segura e eficiente banda de anti-heróis, com suas gordas barrigas de fora, criando uma música com influências de tudo quanto é lugar (até um forrozinho toca no intervalo de uma música para outra), cara de mundo e ao mesmo tempo com uma cara própria. O guitarrista Madjid Fahem dá um show a parte, especialmente quando resolve tocar uns solos no violão que remetem à Espanha.

A energia da banda toda parece inesgotável. Chao canta se divertindo, chamando o público para festa e público e banda vão junto. Sucessos como "Desaparecido", "Minha Galera" e "Clandestino" alteradas, novas versões aceleradas, músicas reprocessadas. Dançar é o que resta para os mortais, em êxtase com o som que o fanco-espanhol e seus cinco comparsas criam. Sou obrigado a pensar na música baiana e no Carnaval, porque se rolar Manu Chao em cima de um trio elétrico o axé morre de vez. Aquilo que Chao e banda tocam no palco é para o povão. Diversão pura, com muito a dizer. Fico imaginando ele num trio elétrico, botando Chiclete, Ivete e todo mundo no bolso. Muito bom.

6/21/2004

Vamos comprando as passagens
- Mano Chao tá confirmado no Fórum Cultural Mundial.O cantor franco-espanhol toca acompanhado de sua banda e de convidados especiais, como: rapper Rappin- Hood, B-Negão e Rossi (Pavilhão 9), além de Marcelo Yuka (ex- Rappa). Quem também se apresenta no Fórum é a banda suiça Young Gods, lembra deles? Quem lia Bizz na fase áurea não esquece, com certeza.
- Wilco, Ben Kweeler, 2Many Djs e Kraftwerk, boatos fortes para o Tim Festival.
- Cramps e mnovembro no Brasil.
Aguardem mais notícias.

Festival de Inverno de Garanhuns
Pitty, Mombojó, Lulu Santos, Eddie, Devotos, Comadre Fulozinha, Otto, João Donato, Siba, DJs, grupos de maracatu, de jazz, forró, rap, além de circo e dança. Tudo isso no XIV Festival de Inverno de Garanhuns, na cidade de Garanhuins, no sertão pernambucano. O evento acontece de 8 a 17 de julho. Leia mais no www.fig.com.br. Muito bom.

6/16/2004

Replay
Acho que as listas de final de ano vão ter que incluir uma nova categoria, "Melhor retorno do ano". Morrissey, The Cure, Echo & The Bunnymen, Pixies, Tears for Fears...
Mas quem anuncia a volta agora são os doidões de Manchester, o Happy Mondays. Depois de 12 anos, a banda volta, mas para apenas um show no festival Get Loaded In The Park, marcado para o dia 22 de agosto, em Londres.
Quem está com banda nova é Bez, a figura lendária que dançava e "tocava" maracas no Happy Mondays. O grupo, que se chama Domino Bones estréia no mesmo festival.

Yeah! Eles voltaram de verdade
Eles não se contentaram em voltar, satisfazer o público, fazer shows antológicos. O Pixies está realmente de volta, agora com a primeira música nova em 13 anos.
“Bam Thwok” é o nome da pérola, que traz Kim Deal nos vocais, o gordinho Frank fazendo vocal de apoio, as velhas e maravilhosas guitarras. A música foi inspirada num livro de artes infantil que ela achou no meio da rua.
“É uma música sobre amar a todos e mostrar boa intenção a todos”, diz a baixista, sintonizada com o espírito atual (sim, vocês não se tocaram disso ainda?).
A música tem ainda um solo de órgão de 15 segundos gravado há anos pelo sogro do guitarrista Joey Santiago.
A música foi lançada no ultimo dia 15, inicialmente com exclusividade no iTunes, mas já dá para achar fácil na internet. Soulseeek já!!!
Se é boa? Nunca vi o Pixies fazer algo abaixo da média. A música cabe facilmente no "Tromple le Monde"

6/12/2004

Nós vamos invadir sua praia

A sensação é essa. Pode ser moda, mas o rock está no comando.Coisa de new jornalistas? Não sei. O fato é que o rock está invadindo espaços e hoje em Salvador tem uma cena constante, com shows frequentes, informação rolando e público crescente.
Quando o Calypso anunciou que fecharia as portas meses atrás, apesar da má notícia pensei no lado bom. Todo mundo vai procurar lugar pra tocar e ai vão aparecer mais opções. O conformismo como Calypso vai terminar e a coisa melhora. Não é, nem foi exercício de Mãe de Diná, apenas constatação, sabendo como bandas e o povo do rock atua na cidade.

Dito tudo isso, só para introduzir sobre o show da Retrofoguetes no Tapioca. O Rock, ressalte-se, o bom rock, invadiu, lotou e fez história. Também era covardia. O lugar costuma receber vários shows do chamado pop-rock, sons meia boca de tudo quanto é estilo, de reggae a pop, nada que uma das melhores bandas do Brasil não mudasse fácil.

No público uma mistura de camisas pretas, de bandas e o costumeiro povo do rock (um pouco mais arrumado do que de costume, nãosei se pelo "frio" baiano ou pelo lugar mais "chique" do que o Calypso) com o público da casa, jovens bem arrumados, com grana no bolso e dispostos a se arrumar. A mistura foi boa. O público do rock ganhou um espaço com qualidade, som bom, sem calor, ar condicionado funcionando bem, escore de mais mulheres do que homens. O lado ruim é que cobram a ilegal consumação mínima, mas é só reclamar e dizer que não vai pagar, porque é proibido. O público da casa e o próprio Tapioca ganharam pela qualidade musical.

Indiscutível. O show da Retrofoguetes está entre os mais divertidos que se tem notícia. Morotó Slim, Rex Crotus e CH não se fazemde rogados, aquecem qualquer ambiente e botam pra sacolejar até aquela menina que não gosta de suar pra não tiraro cheiro do perfume. Surf music instrumental. Como não dançar? Tome-lhe os já clássicos da banda, clássicos da sur music mundial e...
Quem conhece a banda sabe que sempre tem o tema de Robô Gigante, "Perhaps, Perhaps", as participações de Nancyta cantando Beach Boys (Sloop John B.) e Nancy Sinatra (These Boots Are Made for Walkin'), mas o clima tava tão rock´n´roll/diversão que abriram o microfone para pessoas do público subir no palco e cantar "Summertime Blues", "Johnny B. Goode" e uma "I Wanna be Sedated" (Ramones), com um inglês embromation. Os caras cantavam em êxtase como se fosse o melhor momento da vida deles. Naquele momento era o melhor momento da vida de muitos. É o espírito rocker invadindo os espaços e realizando os desejos das pessoas. Só o rock salva.

6/09/2004

Luto
O Rock baiano está de luto pela perda de um de seus representantes mais fiéis. Borel significa muito. Quem viu a Úteros em Fúria tocar sabe o que digo e não esquece daquela figura. Um minuto de barulho em homenagem ao cara, que não conheci pessoalmente, mas admirava e me ajudou na formação rocker.

6/01/2004

PRÊMIO ROCK INDEPENDENTE - MELHORES DE 2003

O Prêmio Rock Independente surgiu para premiar os melhores do ano na cena
do rock de Salvador. Uma iniciativa dos sites Bahiarock, El Cabong,
Discoteca Narcisista e Musicbox, o Prêmio já tem os seus vencedores para a
primeira edição. O grande número de bandas citadas demonstra como a atual
fase está rendendo frutos. Agradecemos as bandas e a todos que trabalham
pelo rock baiano. Não há perdedores, pois todos colaboram pelo crescimento
da cena.

Como prometido, alguns prêmios foram sorteados para os votantes. Confira se
você foi o vencedor:

Lara Santana Brito
Juliana Silva de Azevedo
Márcio Rodrigo Oliveira do Vale
André Gustavo Barbosa
Carine Santod Miranda

E agora, os vencedores em casa categoria!

BANDA (votação em livre escolha)
Los Canos - 9,25%
Retrofoguetes - 8,65%
Zambotronic - 8,02%
Cygarlycaros - 7,40%
Movidos a Álcool - 6,17%
Mutation Lab - 6,17%
Soma - 6,17%
The Honkers - 5,55%
Nancyta e Os Grazzers - 4,94%
Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta - 4,94%
Delta de Vênus - 4,32%
Drearylands - 3,09%
Petercantropus - 3,09%
Brinde - 1,85%
Malefactor - 1,85%
Adcional - 1,23%
brincando de deus - 1,23%
Dever de Classe - 1,23%
Eskaravelho - 1,23%
Plexus - 1,23%
Ácaros IPA - 0,62%
Almanáará - 0,62%
Almas Mortas - 0,62%
Associação Mr. Halley e o Samba do Patinho Feio - 0,62%
Bold - 0,62%
Calabar - 0,62%
Dialética - 0,62%
Dorothy - 0,62%
Eternal Sacrifice - 0,62%
Feto Amargurado - 0,62%
Navio Negreiro - 0,62%
Nothing to Declare - 0,62%
Pato Rocko - 0,62%
Plug and Play - 0,62%
Presente de Grego - 0,62%
Rebeca Matta - 0,62%
Rewinders - 0,62%
Veuliah - 0,62%

DISCO
Zambotronic - 25,8%
The Honkers - 17,42%
Los Canos - 15,48%
Drearylands - 10,97%
Movidos a Álcool - 10,97%
Soma - 9,03%
Plexus 4,52%
Adcional -2,58%
Automata - 1,94%
Jurema -1,29%

SELOBig Bross - 52,48%
Frangote - 24,82%
Maniac - 14,89%
Estopim - 4,96%
Radioative Hippies - 2,84%

REVELAÇÃO
Los Canos - 31,39%
Ronei Jorge - 31,39%
Mutation Lab - 13,14%
Automata - 8,76%
Adcional - 8,03%
A Grande Abóbora - 7,30%

BANDA AO VIVO
Retrofoguetes - 24%
The Honkers - 22%
Zambotronic - 16,67%
Nancyta e Os Grazzers - 13,33%
Drearylands - 12%
Soma - 12%

EVENTOS
Big Hits - 37,69%
Sexta Básica - 23,07%
Musicbox - 15,39%
Rock Yemanjá - 13,08%
Outono Alternativo - 6,15%
Mad Zoo - 4,62%

SITE
Bahia Rock - 64,44%
El Cabong - 14,07%
Musicbox - 8,89%
Discoteca Narcisista - 7,41%
Reidjou - 5,19%

VEÍCULO
Curto-Circuito - 38,75%
Rádio Facom - 23,13%
Punkada Rock -20%
Todos os Tons - 10%
Rock em Geral - 8,13%

ESPAÇO
Calypso - 50%
Havana - 19,86%
Sesi - 10,27%
Galeria do Rock - 10,27%
Teatro da Praia - 6,85%
Blue House - 2,74%

LOJA
São Rock - 46,58%
Berinjela - 26,03%
Mutantes - 16,44%
Pérola Negra - 5,48%
Maniac - 5,48%

BANDA VISITANTE
Autoramas - 36,8%
Vamoz! - 16%
Violins - 16%
Estrume'n'tal - 12,8%
Dance of Days - 12%
Holly Sagga - 6,4%