2/24/2004

Recife/ Olinda - terceiro dia de Carnaval
Domingo, né? Já estou meio perdido. Esse dia tirei para me dedicar totalmente ao Carnaval. E aqui se você vacilar passa o dia pulando e dançando. Logo de manhã fui ver o bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça em Olinda. Já é uma tradição do Carnaval. O pessoal mais jovem de Recife e Olinda, além dos turistas, se reúnem pra mostrar um dos lados mais criativos da festa. Todo dia tem gente fantasiada em Olinda, mas é com esse bloco que aparecem as melhores fantasias e quase todo mundo se veste com alguma coisa engraçada. O motivo básico são os super-heróis, mas tem de tudo. Um grupo com uns 20 caras de Tartaruga Ninja, super-colchão, superbonder, tudo quanto é herói imaginável, Bin Laden, Jesus Cristo, Elvis Presley, Absorvente... Muito engraçado. Fora as cenas hilárias que acontecem em volta de você.O bloco passa pelas ruas de Olinda arrastando uma multidão ao som de muito frevo.
O frevo merece um parágrafo especial. Quem não conhece o Carnaval de Olinda e vê pela TV imagina que seja apenas "Vassourinhas". Não, o repertório de frevos é fantástico, muito bonito e o impressionante é que mesmo fora da grande mídia todo mundo sabe cantar e cantam com um orgulho danado. "Vassourinhas" sem dúvida é especial, é como se fosse o hino e quando toca parece que aperta um botão em todo mundo, inclusive turistas, e todo mundo se acaba. Os pernambucanos sabem respeitar seus nomes consagrados, como Capiba e tantos outros.
São vários blocos que passam pelas ruas, no meio da multidão tocando frevo. Mas daqui a pouco aparece um diferente. Um senhos com uma sanfona, outro com um triângulo, mais um com sanfona e outros na percussão. Sim, forró dos bons, entoado pelo povo que se arrasta cantando clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, entre outros. De chorar, mas o sol de rachar não deixa.
Nesse domingo rolou o segundo dia do Cena PE. Abrindo a tarde, Erasto Vasconcelos, irmão de Naná, com um show belíssimo. Frevo de rua, frevo canção, frveo de bloco, ciranda, côco, uma aula de cultura pernambucana. O público quer mais é se divertir, com música boa então nem se fala. Ótimo show, com um belo coro feminino, um grupo que juntava violoncelo, violão, flauta e muita percussão. Muito, muito bom.
A série de cópias mal feitas de Chico Science viria a seguir com Marzulu e Etnia. Fechando a programação do evento, Bonsucesso Samba Clube. Prata da casa, forma muito bem recebidos e levaram seu som que mistura música brasileira, dub, reggae e um pouco de música eletrônica. Como eles dizem fazem música pernambucana moderna. Original Olinda Style (depois falo disso). Show pra dançar, dançar no astral que Olinda tem, na tranquilidade, na paz, como declarava Roger Man, vocalista da banda no início do show. A música "O Samba Chegou" já é sucesso local e sem dúvida o melhor momento do show. Grande banda.
Mas tem mais. De noite o bicho pegou em Recife. Difícil pegar o Rec Beat do início. Perdi Eleonora Falcone (PB)e Maciel Salu. O primeiro show do festival que vi na noite foi do carioca Rogério Skylab. Sinceramente não consigo ver graça no cara. Sempre me vem à cabeça o Zumbi do Mato (banda carioca que também faz música doida, mas melhor). Um rock normal, com algumas mudanças no meio da música, que torna a coisa até melhor, mas incomoda no sentido sem graça mesmo, ver o cara estrebuchando um monte de asneira parecendo ser modernice. Achei careta de dar dó.
Os holandeses do Bernie´s Lounge são a atração seguinte. Aquela coisa. Bacana de se ver, mas não no meio do Carnaval pernambucano, pelo menos não cansou pra o show da noite e um dos melhores do fetsival, o Eddie.
Não vou contar a história da banda, mas só lembrar que a banda tem mais de dez anos e Fábio Trummer é o único que continua da formação original. Mais, Fábio é um maiores compositores da música brasileira moderna. Referência? Ele é autor de "Quando a Maré Encher", petardo conhecido pela Nação Zumbi e regravado por Cássia Eller. O grupo nasceu mais ligado ao punk, mas com muito tempero de música brasileira.

2/23/2004

Recife/ Olinda - segundo dia de Carnaval
É mais ou menos assim. Você assiste um grnade show, segue um bloco e perde várias outras coisas bacanas que rolaram no mesmo horário. Não tem jeito, é escolher e estar preparado para dar umas boas paletadas (grandes andadas para os não-baianos). Neste segundo dia (na verdade o sábado de Carnaval), fui para Olinda. Vi alguns grupos de frevo, maracatu e tal, mas parei mesmo neste dia para ver um novo festival criado pela prefeitura de Olinda, o Cena PE. Neste dia quem abriu foi Maciel Salu, peguei do meio pro fim do show. Muito bom, música pernambucana tradicional, ciranda, maracatu, côco e o povo dançando e se divertindo, como em qualque coisa que toque por aqui. Qualquer mesmo. No sábado, por exemplo, é dia de Galo da Madrugada, aquele que junta um milhão de pessoas (deve ser isso mesmo, porque é gente demais de todo canto da cidade), e durante o desfile do bloco se apresentam diversos trios tocando muito frevo, mas também muito axé de péssima qualidade. Mas como disse, eu estava em Olinda. Depois de Maciel Salu, vieram RDA e Marinambuco, duas bandas que, na verdade, não tinham muito o que mostrar, a não ser, como são herdeiros de Chico Science. O pessoal de Pernambuco ligado ao rock costuma reclamar desses clones, lamentável, relamente, mas são os ossos do ofício. É sempre assim quando surge algo inovador e bacana, traz muitas coisas positivas, mas também negativas. Fechando o evento em Olinda quem se apresentou foram as meninas da Comadre Fulozinha. Belo show. Apesar da preocupação delas com o som (não tieram passagem), elas são fantásticas. Em questão de minutos conseguem criar um astral altíssimo, com uma parede de percussão acompanhada apenas por saxofone, cavaquinho e gaita em monetos diferentes. Desfilam os ritmos bem conhecidos no local, ciranda, côco e por ai vai. A hipnotizante voz de Issar e a capacidade e competência de Karina tocando diversos instrumentos e cantando de forma tão bela contagia e todos caem na dança. Ainda mais no carnaval, que elas homenageiam com uma linda versão para "Jardineira", aquela velha canção...
Quase sem descanso, toca pra Recife, que a noite lá promete. E ai começou aqueles problemas que falei no início, cheguei tarde e perdi o show dos locais do Astronautas no Rec Beat. A Narguilé Hidromecânico foi a atração seguinte do evento. Peguei o finzinho do show, me pareceu interessante a mistura de ritmos, forró, hardcore, pop e um monte de coisa. Pelo menos deu pra assistir A Roda, uma das novas bandas da moda em Recife. É bacana e tal, mas não tem nada demais. Ótimos músicos, levam jazz com um pouquinho de black music. Aquela coisa, bacana para se ouvir de vez em quando.
Lan Lan e Os Elaines fizeram um show muito bom. Ela está com uma excelente presença de palco, a banda é excelente e fazem um rock de peso. O problema é que faz parte da escola Márcio Mello de fazer rock (até aquel merda do "Vem ver o dia nascer... pra gente fuder" rolou). Palavrões como se fossem uma banda punk, letras detonando, sempre gritadas, mas num ódio não convicente, contra amores, traições e banalidades do cotidiano. Claro, que se pode odiar tudo isso e daí surgirem boa letras. Até se gritar, berra, contra pode, mas assim...não convence mesmo. Pior que as letras vem embaladas num pacote de rockinho pra adolescente que mai sradical que conhece é Offspring. Ela ainda incluiu duas versões da ex-Cássia Eller ("Paranóia Delirante", de Xis e "Quando a Maré Encher", de Fábio Trummer,mas sucesso através da Nação Zumbi). Tev eainda Jimi Hendrix e acredite, duas covers dos Titãs, "Diversão" e uma inacreditável "Bichos Escrotos", com um cara do Pedro Luís e a Parede. Nessa hora me senti numa micareta de um interiorzinho, com aquelas bandas que na hora que querem fazer a parte "rock´n roll" da apresentação tocam a digníssima música dos Titãs.
No intervalo deu tempo de pegar um trechinho do show do Cordel do Fogo Encantado na praça principal do Carnaval de Recife. O show não estava dos melhores, sem um percussionista e com o som bem ruim ,a banda agradou memso os fãs, mas já fizeram shows melhores. Fechando a noite no Rec Beat uma das bandas locais com maior público, Devotos. Eles fazem punk rock hardocre, sujo pesado e feio, no sentido rock do termo. Já vi show bom deles, mas numa hora daquelas, eu só queria cama. Amanhã tem mais.

2/21/2004

Recife - Primeiro dia de Carnaval
Carnaval em Recife e Olinda vai começando antes da abertura oficial com blocos e troças pelas ruas da cidade. A abertura oficial, no entanto, rolou na sexta (dia 20), primeiro com o mestre Naná Vasconcelos a frente de diversos grupos de Maracatu. Bastava você estar em algum ponto do Recife Antigo para ser tomado pela força percussiva das alfaias e outors instrumentos dos maracatus. Carnaval de Recife, ao mesmo tempo que se concentra em palcos com atrações as mais diversas, acontece nas ruas, com os blocos, maracatus, bandinhas de frevo, troças... Nesta sexta até axé eu ouvi num trio meia-boca que passou pela tarde. Mas o bom mesmo foi depois dos maracatus, com a Nação Zumbi mostrando a impottância do som que criaram para a cidade. Um público de maioria jovem, mas com as gerações mais velhas também acompanhando, acompanhou os sucessos da banda, num show para dar orgulho a qualquer pernambucano. Bem parecido com o show comentado aqui há algumas semanas, teve como grande diferença um bis com um pot pourrit de cirandas e cocôs. Bacana. Isso sim é uma abertura de Carnaval digna. Acompanhem aqui os comentários dos próximos dias.

2/17/2004

O pessoal da Midsummer Madness está realizando uma votação com os melhores de 2003. É o 3º Indie Destaque, que traz nomes de todo Brasil e incluiu o el Cabong entre os melhroes blogs indies do país. Estamos fazendo uam campanhazinha, vá lá e vote na gente:
O endereço é o http://www.mmrecords.com.br/destaque3.htm.

2/16/2004

Aproveitando que estamos quase no Carnaval queria homenagear um dos maiores compositores da festa momesca na Bahia, Moraes Moreira. Mesmo longe da juventude dos tempos áureos em que puxava o Trio Armandinho Dodô & Osmar, Moraes Moreira ainda é mestre em puxar um trio com maestria. Se estivéssemos em qualquer outro lugar ele já teria uma placa ou algo parecido, mas acho que vão esperar ele morrer. Pior, cantor e compositor como poucos, ele é uma das poucas atrações que salvam o Carnaval baiano hoje em dia, mas não toca esse ano em Salvador. Um dia pelo menos ele vai estar em Recife.
A carreira de Moraes fala por si só. O cara integrou e foi o principal compositor dos Novos Baianos. Era meio que o líder do grupo, tanto que depois que saiu o grupo perdeu muito de sua capacidade de composição. Somadas às letras de Galvão, Moraes criou grandes clássicos da música brasileira, em discos como o antológico Acabou Chorare, o mais conhecido do grupo. Mas também rendeu pérolas como "Só se não for Brasileiro nessa Hora", "Cosmos e Damião", "Vagabundo Não é Fácil" e diversas outros, presentes no fabuloso Novos Baianos F.C.. Outro álbum clássico é Linguagem do Alunte.
Moraes permaneceu nos Novos Baianos até 1975, a partir daí iniciou uma carreira nova, agora sim se dedicando de vez ao Carnaval baiano. Mantinha uma carreira de discos solos ao mesmo tempo em que tocava e gravava com Armandinho Dodô & Osmar. Mais discos clássicos para a música brasileira. Jubile de Prata (1975), É a Massa (1976), Pombo Correio (1977), Ligação (1978), Viva Dodô & Osmar (1979). Se você reparou bem, um por ano, um para cada Carnaval e sem perder a criatividade. Quer ter idéia de alguns cl?ssicos criados por ele? "Chão da Praça", "Pombo Correio", "Dodô no céu, Osmar na terra", "Bloco do Prazer". Alguns ele musicou, em outros botou a letra. A carreira solo rendeu também músicas que já fazem parte do inconsciente coletivo, "Festa do Interior", "Coisa Acesa", "Meninas do Brasil" e por ai vai. Fez sambas, marchas, forrós, frevos e é um dos poucos capazes de tocar em qualquer festa popular no Brasil se adequando perfeitamente e sem parecer um personagem fake. Viva Moraes, você vai ouvir alguma coisa dele nos próximos dias, não tenha dúvidas.

2/12/2004

A série 24 Horas termina essa semana na Globo. Muito boa, o seriado foi sucesso absoluta de audiência, conseguindo o dobro de audiência do velho, gordo e chato Jô Soares. Os 16 pontos de audiência no início da exibição e 12 dessa semana, garantiram a exibição do restante da série. A partir de 18 de abril, a Globo vai exibir a segunda temporada de 24 Horas no final das noites de domingo.

FESTIVAIS
Rec Beat- Recife (PE)
Quando: 21, 22, 23 e 24 de Fevereiro de 2004
O que é: Tradicional festival que reúne, em pleno Carnaval de Recife, bandas de rock, música eletrônica, regionalismo e um público bem heterogêneo. A nona edição muda de local, sendo realizado no Cais da Alfândega. Além dos shows, acontecem apresentações de teatro, tenda eletrônica com DJs e desfile de moda. A entrada é franca.
Quem toca:
Sábado - 21/02/04 - Devotos (Pe)/ Lanlan E Os Elaines (Rj)/ A Roda (Pe)/ Narguilè Hidromecânico (Pi)/ Astronautas (Pe)/ Alafin Oyó (Pe)
Domingo - 22/02/04 - Eddie (Pe)/ Bernie's Lounge (Hol)/ Rogério Skylab (Rj)/ Maciel Salu (Pe)/ Uniao 7 Flexas De Goiana (Pe)
Segunda-Feira - 23/02/04 - Dj Dolores : Aparelhagem (Pe)/ Nega Gizza (Rj)/ Tira Poeira (Rj)/ Refinaria (Pe)/ Maracatu Nação Porto Rico (Pe)
Terça-Feira - 24/02/04 - Nação Zumbi (Pe)/ Abuela Coca (Urg)/ Bojo E Maria Alcina (Sp)/ Samba De Coco Raizes De Arcoverde (Pe)/ Zambo (Pe)/ Maracatu Estrela Brilhante De Nazaré Da Mata (Pe)

Ruído Festival – Rio de Janeiro (RJ)Quando: 27, 28 e 29 de fevereiro
O que é: Principal festival alternativo do Rio de Janeiro, O Ruído reúne todo ano uma parte das melhores bandas de rock do país. A terceira edição contará com duas bandas baianas entre as atrações. O evento acontece no Ballroom e o ingresso custa R$15.
Quem toca:
Dia 27 - Matanza (RJ)/ Nancyta e os Grazzers (BA)/ Narjara (RJ)/ Verbase (BH)/ Arkham (RJ)/ Los Canos (BA)
Dia 28 - Walverdes (RS)/ Ludov (SP)/ Wonkavision (RS)/ Leela (RJ)/ Tom Bloch (RS)/ Viana Moog (RS)
Dia 29- Forgotten Boys (SP)/ Carbona (RJ)/ Los Pirata (SP)/ Estrume’n’tal (BH)/ Detetives (SP)/ Guitarria (ES).

MorMarço – João Pessoa (PB)Quando: 12 e 13 de março
O que é: O Mor-Março também chega a sua terceira edição, mostrando mais uma vez que existe uma forte cena rocker pelo Nordeste. Além dos shows, este ano o evento vai sediar o 2º Fórum Nordestino de Música Independente.
Quem toca: A programação oficial ainda não saiu, mas bandas nordestinas como Belasco, Bugs, Astronautas e Zefirina Bomba estão quase certas. Os baianos da Los Canos também devem tocar no evento.

Abril Pro Rock – Recife (PE)
Quando: 16, 17 e 18 de abril
O que é: Maior e mais importante festival independente do Brasil, o Abril Pro Rock chega a sua décima segunda edição mais do que consolidado e servindo para apresentar revelações da música pernambucana e brasileira, além de reunir grandes nomes do rock nacional e receber bandas internacionais.
Quem toca: A programação será divulgada no dia 1º de março, mas alguns nomes já estão confirmados: Pitty, F.U.R.T.O. (novo projeto do ex-O Rappa, Yuka), Mombojó, Vamoz!, Ratos de Porão, Forggotten Boys e The Lukers. uma banda de hardcore holandesa. Parace que Marcelo D2 também está confirmado.

Curitiba Pop Festival – Curitiba (PR)
Quando: 8 de maio (a data pode ser alterada)
O que é: Ano passado o festival reuniu bandas indies, algumas de eletrônica e como atração principal os norte-americanos da Breeders. Esse ano a promessa é se tornar de vez um dos principais eventos rocker do país.
Quem toca: Guided by Voices? Placebo? Teenage Fanclub? Pixies? Não precisaria de mais

Festival No Ar: Coquetel Molotov - São Paulo/ Recife
Quando: Meados de maio (3 dias em Sampa e um em Recife)
O Que é: Novo festival mais voltado para os sons indies e que acontece numa parceria do programa/ site Coquetel Molotov (de Recife) e o selo Slag (de São Paulo).
Quem toca: O principal nome são os escoceses do Teenage Fan Club que estão praticamente confirmados. Monokini e Pelvs devem tocar em Recife,além de bandas indies locais. Em São Paulo, vários nomes indiesbrasucas consagrados devem fazer a festa.

Bananada – Goiânia (GO)
Quando: 21, 22 e 23 de maio
O que é: Um dos dois festivais promovidos pelo pessoal do selo Monstro Records. O Bananada serve para reunir bandas de destaque do cenário alternativo nacional.
Quem toca: Até agora estão confirmados The Books (SP), Os Ambervisions (SC), MQN (GO), Mechanics (GO), Lava (SP), o reencontro da Acabou La Tequila (RJ), Nervoso (RJ) e Canastra (RJ) e talvez Brinde (BA)

Mada – Música Alimento da Alma – Natal (RN)
Quando: maio
O que é: Reunindo bandas novas locais e grandes atrações como Planet Hemp e Ira!, o Mada também já se consolidou, ganhando destaque na imprensa nacional e sempre atraindo bons nomes.
Quem toca: Ainda não foi divulgada a programação.

2/10/2004

Showrnalismo - O Espetáculo da Notícia
Grande livro do jornalista José Arbex Jr. que conta como a mídia, a imprensa e os próprios jornalistas estão inseridos em um esquema manipulativo, muitas vezes não conscientemente, mas influenciando a opinião pública. Nenhuma grande novidade para quem já se interessa pelo tema, mas ele se aprofuda mostrando exemplos de sua carreira de correspondente internacional em vários países emguerra, revoluções ou em momentos chaves de suas história. Interessante tanto para quem faz jornalismo (estudante ou jornalista) como para quem não acredita muito que o que se lê, vê, assiste está dentro de um jogo muito bem orquestrado. E nada de conspiração, a coisa é simples.

2/05/2004

Festival de Verão
Não é lá os festivais do sonhos, mas sempre tem uns acertos, trazendo bandas e artistas interessantes. Esse ano acho que foi o mais ousado, não tanto por abandonar o modelo de muito público, muito dinheiro e gravadoras se dando bem (não fizeram isso), mas com o Axé em baixa, foi o rock que ganhou espaço. Não fui todos os dias, na quarta e quinta só o que me interessava mesmo era Skank, com o show do novo disco que dizem foi muito bom, e Los Hermanos, com o show de Ventura, que eu não acho muito adequado para um espaço tão grande e pelo que soube não foi sensacional como os outros shows deles por aqui. Nos outros dias pude ver bons shows e a prova que Salvador jé é outra, falta neguinho acreditar (alguns já estão):
Sexta-feira - Era considerado o dia do rock do festival, sem dúvida juntando tudo era o melhor dia que o festival já teve em sua história. Mais, era a primeira vez que não havia uma atração baiana do axé ou pagode. Tudo bem, vocês vão falar em Carlinhos Brown. Podem até falar mal (eu não falo), mas ele está longe de fazer axé e pagode nem se fala. Vamos ao que importou.
A chuva resolveu aparecer, para muitos num sinal que São Pedro não gosta de rock, mas parecia um teste definitivo. Vamos ver até onde vão esses roqueiros. E que teste. Foram horas de dilúvio e mais de 30 mil pessoas permanecendo para ver um dia daqueles. Histórico.
No Palco Pop, as bandas do cenário rock baiano finalmente tiveram seu espaço. Tudo bem que o acanhado palco, tinha um som bem ruim, mas serviu como teste, vamos ver nos próximos anos. A surpresa foi o sucesso da Brinde para um público de adolescentes sedentos por HC, Metal e barulho. A Brinde fez um grande show com seus hits (pelo menos pra quem conhece a banda) e saiu aclamada. A Dr. Cascadura também agradou, especialmente por tocar Queen of the Stone Age e Foo Fighters. Já Nancyta e Os Grazzers foi meio estranho. Esperava que aquele público que curte coisas mais pesadas recebesse melhor a banda. Na segunda música, Nancy convocou Pitty para o palco e deu pra se ter uma noção do enorme público que a revelação de 2003 por grande parte da imprensa nacional tem. Nancyta fez um show um pouco inferior ao que faz normalmente, mas deu para dar o recado que há alternativa na música baiana.
O Palco Principal recebia a que já foi chamada rainha do rock. Rita Lee sabe fazer um show e viu que o dia era rock´n roll. Deixou um pouco de lado os sucessos mais românticos (claro que teve "Doce Vampiro", mas "Mania de Você", por exemplo não rolou) e tascou rock. Seus sucessos dos anos 80 mais rock, música dos Mutantes ("Top Top") e uma cover surpreendente de "I Wanna be Sedated", do (Ramones, com a paulista jogando os cabelos na cara e se fazendo de Marky Ramone.
A chuva (um dilúvio na verdade) caiu de vez mesmo a partir do meio do show do Paralamas. Foi aliás quando comecei a assistir o show e quando esquentou de fato. Vários hits e todo mundo pulando. Divertido.
Parece que era mesmo um teste tanta água no show do Sepultura. Segundo o organizador do evento, Maurício Magalhães, ao ser perguntado como ele avaliava a noite rock, respondeu: "Foi uma noite pesada".
Isso porque ninguém contava com a chuva e subestimavam a detonação que o pessoal do Sepultura faz. A banda não comeu nada de água na cara e fez um show FODA, não tem outra palavra. Peso, muito peso. Tanto que ajudaram a derrubar uma torre com um telão ao lado do palco. A própria produção do festival admitiu que o som do Sepultura contribuiu. ROCK!!! lml. E o que foi aquele final com "Bullet the Blues Sky" e mais ainda "Roots Bloody Roots"? Impressionante.
Pena que o show de Marcelo D2 teve que ser cancelado, lamentavelmente sem nenhum esclarecimento da produção ao público. Um novo show de D2 está marcado para o dia 7 de março, na Área Verde do Othon.
Sábado - Dia bem estranho, com misturas bem indigestas, mas dava para assistir algumas coisas e se surpreender com outras. Não vi quase nada do show de Margareth Menezes, mas ela é unanimidade entre os que não gostam de axé ocmo a pessoas que faz o Carnaval ainda ter graça. Só deu pra ouvir alguns bons momentos, como quando cantou o sucesso "Dandalunda", fez versão de "É Hoje" e recebeu a bateria da Mangueira e Alcione. O show seguinte foi do Cidade Negra, uma das bandas que acho mais sem graça, apesar de não ser totalmente ruim. Tive sorte, como tocam aqui várias vezes no verão, resolveram sair da mesmice e tocar um repertório especial, segundo eles homenageando o reggae. Foi bem bacana. Tocaram Edson Gomes, Led Zeppelin, Legião, Peter Tosh, Paralamas, Bob Marley e por ai vai.
O samba tomou de assalto o Parque de Exposições. Agradando roqueiros, pagodeiros, axezeiros, ripongas, maconheiros, playboys, pats. Zeca Pagodinho fez um show sensacional. Como se estivesse no quintal de casa levou seus sambas e o gigantesco público a balançar no mais brasileiro dos ritmos. Lindo. Foi legal, mas até dispensável a presença de Gil, Caetano e Daniela Mercury no palco. Zeca é um boa praça.
Apesar disso tudo um dos shows mais esperados do festival viria a seguir. Camisa de Vênus. A banda é uma lenda, copiou músicas dos outros, criticou meio mundo, criou problemas com gravadoras e a censura, provocou polêmicas e se mantém no espírito rock´n´roll. Quem foi e gostou do show de Marcelo Nova meses atrás, não se decepcionou. Foi mais ou menos aquilo, com os dois guitarristas originais e o velho Marcelo Nova mostrando como ser um show-man do rock. O cara sabe como fazer e dá-lhe "Bete Morreu","Silvia", e "Joana D´Arc" e tantos outros hits certeiros. Não parecia anos 80, parecia mesmo um bando de roqueiros velhos fazendo rock no século XXI, mas bem feito e no talo. Massa!
Domingo
Outra grata surpresa do festival foi Daniela Mercury. Sim, pode ler de novo. Pra começar Daniela Mercury resolveu chutar o pau da barraca e lançou uma pista do que vai ser seu novo disco. Eletrônica acima de tudo. Botou a banda nos lados do palco e abriu espaço para quatro DJs (Memê, Ramilson Maia, Zé Pedro e Xerxes). Com a maioria das bases eletrônicas, Daniela deu um bom susto na platéia acostumada com Axé. Chegou a dizer que música para Carnaval faz há 20 anos, queria mesmo era abrir novos caminhos. E para quem foi considerada rainha do axé, ela está mesmo disposta, misturando samba reggae, tecno, drum´n bass, música afro e muita coragem, fez um dos melhores shows do festival, com um repertório que inclui sucessos prórprios reprogramados e regravações, como "Tonga da Mironga" (de Vinícius e Toquinho). O choro quase no fim do show e o discurso de alívio foi uma mostra de que ela está disposta a abrir mão do certo e está apostando a carreira pela liberdade de criar, como todo artista deveria fazer (e ela mesmo fez questão de frisar no palco). O Rappa entreou no palco como a grande atração da noite, mas fez um show morno, talvez pelo público ainda não conhecer o disco novo, mas o fato é que não era dia da banda. Já tiveram melhores.
Pitty era meio uma incógnita para quem não viu a moça estraçalhar os ouvidos da gurizada nos dois shows que fez em Salvador. Já era bem tarde, mas a casa tava cheia para ver a baiana que tem mostrado como é o rock na Bahia. Ela não se fez de rogada e provou para os que ainda torcem o nariz que faz um trabalho ao vivo muito bom (melhor que no disco). Além dos hits que agitaram a moçada, lançou covers dignos do Nirvana, Alice in Chains e Chico Buarque. Foda era ver duas meninas de não mais de 10 anos ao lado desse que vos fala com 29 anos anos e uma amiga da mesma idade. Todos dançando sem distinção de nada e curtindo o bom e velho rock´n roll que teima em viver num lugar que há bem pouco tempos atrás era apenas prévia do carnaval do axé baiano. Sinal dos tempos.

2/03/2004

Pois é, o cenário rocker baiano e afins vai ganhando espaço. Nancyta e Os Grazzers, Brinde e Dr. cascadura se armaram no Festival de Verão com belos shows, sem falar em Pitty, atração do primeiro time que não se fez de rogada no palco principal. Graças ao Festival de Verão, a Brinde teve em duas matérias no Jornal Hoje (Leia ou assista aqui as matérias na quarta e no sábado). Hoje, no JB, tem uma matéria que fala dos novos sons que vem gahando espaço por aqui. No Globo saiu comentário sobre o disco de covers que a The Honkers acaba de lançar. Tem mais Nancyta e a Los Canos (que já foi destaque em matéria no site Senhor F e está entre as bandas mais comentadas no site Banda Nova da MTV), como vocês puderam ler no post anterior, estão entre as atrações do Ruído Festival, no Rio de Janeiro. Isso tudo porque os vários CDs prometidos para esse ano ainda não foram lançados. Brinde e Retrofoguetes mesmo já acertaram e lançam pelo selo goiano Monstro.

2/02/2004

Ruído Festival - Rio de Janeiro

Dia 27, sexta, 21 horas
Matanza (RJ)
Nancyta e os Grazzers (BA)
Narjara (RJ)
Estrume’n’tal (BH)
Arkham (RJ)
Los Canos (BA)

Dia 28, sábado, 21 horas
Leela (RJ)
Wonkavision (RS)
Walverdes (RS)
Tom Bloch (RS)
Verbase (MG)
Planondas (RS)

Dia 29, domingo, 19 horas
Forgotten Boys (SP)
Carbona (RJ)
Detetives (SP)
Los Pirata (SP)
Guitarria (ES)

Serviço
Local: The Ballroom – Rua Humaitá, 110, Humaitá – Tel. (21) 2537-7600
Ingresso: R$ 15 ou R$ 12 com filipeta. Estudante com carteira da UNE ou UBES paga meia
Classificação: 16 anos