1/29/2004

Carnaval hoje em dia tem um endereço. Pernambuco. Mais precisamente no Recife Antigo e nas ruas de Olinda. Uma das melhores coisas que acontecem por lá é o Rec Beat, festival que reúne rock, música eletrônica, mpb, música popular nordestina e por aí vai. Tudo isso dentro do Carnaval, não afastado e isolado como em outros lugares. Entre as atrações já confirmadas estão o novoprojeto de DJ Dolores (A Aparelhagem), Comadre Fulozinha, Bojo e Maria Alcina, Otto, Devotos e Astronautas. O fetsival esse ano sai da tradicional Rua da Moeda e vai para o Cais do Porto, maior e melhor. Breve largo mais novidades aqui.

1/26/2004

Dizem por aí que a Nação Zumbi é atualmente a melhor banda ao vivo do Brasil. Não tenho dúvidas. Mais, acho que a banda faz dos melhores shows do planeta. Queria ver os caras num Reading Festival da vida, ia deixar todo mundo boquiaberto e no ano seguinte iam pro palco principal. Sábado fizeram um show irreprenssível, mesmo com o som não estando dos melhores. Me lembrei do primeiro show que vi deles, ainda com Chico Science. Você olhava para os lados e via uma menina meio que sambando, um cara dançando maracatu, outro pogando, todo mundo sintonizado como som da banda. E o que aqueles caras estão fazendo? Que som é aquele? A percussão dos caras pesa mesmo uma tonelada, que somada ao groove de Dengue e aos gritos da guitarra insana e psicótica de Lúcio Maia faz o público entrar em transe. Literalmente, porque não precisa de nenhum aditivo para sair do normal, ficar fora de si e tonto. Porrada nos tímpanos com uma qualidade impressionante. O show é focado no último disco ("Nação Zumbi"), mas passa pelas diversas fases da banda, com explosões nas músicas do tempo de Chico. Direito a cover de Jimi Hendrix ("Purple Haze") e Jorge Ben ("Umbabarauna"). Difícil alguém superar esse show esse ano por aqui.
OBs.: Merece comentário o show de Édson Gomes, o melhor reggaeman vivo, que consegue fases pelas músicas sem parecer chato, repetitivo e pseudo-ratsfari."Malandrinha" é foda.

1/22/2004


Salvador do rock A capital baiana recebe uma série de shows nas próximas semanas.
Neste sábado (24), tem Retrofoguetes de graça a partir de 16h na Matinê São Rock, no Shopping Yemanjá. No mesmo dia, a partir das 18h30, tem Nação Zumbi, na Concha Acústica. Mais tarde, no Calypso, tem Los Cans, Vinil 69 e TudoMundo.
Na quarta-feira (28) começao Festival de Verão, que este ano tá o mais rock de suas edições. Skank no primeiro dia, Los Hermanos no segundo, a volta do Camisa de Vênus no sábado e O Rappa e Pitty no domingo. Não esqueci de falar da sexta. Nesse dia tem Paralamas, Sepultura e Marcelo D2 (tudo bem, tem Rita Lee e Carlinhos Brown também),além de o PalcoPop receber pela primeira vez bandas de rock do cenário alternativo local. Brinde, Dr. cascadura e Nancyta marcando presença
O Rock não pára na cidade que muitos pensam ainda ser do axé. Dia 7 de fevereiro, os pernambucanos do Badminton (ótima banda) se apresentam no Havana junto com a Hares, que volta lançcando disco, e A Grande Abóbora. Há ainda a possibilidade da Brinde também se apresentar.
No dia 12, no Calypso, acontece a festa "Me empresta o Afinador", com Soma, Rewineders e Los Canos. Já no dia 14, no
Havana tem a segunda edição do BigHits, com The Honkers lançando o Cd de covers e discotecagema cargo do Dj el Cabong e outro Dj convidado.

Não vai ser necessário roubar banco. Pelo menos para quem deseja memso ver Pixies. O grupo está acertando um show no Brasil para maio ou final de março dentro do Curitiba Pop Festival. Não sei se Deus é brasileiro, mas se for gosta de rock. Esse ano tá ficando foda.

1/20/2004

Boogie Nights legal na sexta, com muito anos 70. funk, rock, frevo e até um forrozinho. bacana. boa despedida da festa do Calypso. No sábado, Soma e Retrofoguetes fizeram seus bosn shows de sempre, mas minha curiosidade era em ver uma banda do Uruguai tocando rock. Que excelente surpresa. Rock, barulheira, guitarras variando entre microfonias, sonzeira a la sonic youth, baixo vigoroso e brutal nos momentos com pedal e bateria precisa. Grande banda que o público em Salvador mais uma vez não soube receber. Me surpreendi também como eles deram uma nova cara a "Eleanor Rugby" (Betales, pra quem não sabe), ficou muito boa. Tocaram ainda "Dead", Pixies, "Surfin USA", do BeacBoys e que já foi coverizada, muito bem por sinal, pelo Jesus & Mary Chain. Ponto para Music Box, que conseguiu botar mais de 150 pagantes numa noite chuvosa. Que venham outros.

1/16/2004

Imaginem dois dias de festival com Pixies, Radiohead, Velvet Undergound, Kraftwerk, AIR e Neutral Milk Hotel, além de The Thrills, Electric Six e Prefuse 73. Pois é, metade disso está confirmado para o Coachella Festival, em maio na Califórnia. Alguém quer roubar um banco comigo?

Me passei de comentar alguns filmes que vi.

Sobre Meninos e Lobos - Não dá para não destacar Clint Eastwood neste filme. O que seria de um filme como esse, que tem uma história já contada dezenas de vezes? Claro que o roteiro é muito bom e colabora, mas é Eastwood que dá as fichas, controlando as emoções e sensações sentidas durante o filme, com uma precisão impressionante. Outras colaborações pesam e muito. Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, turma de peso. A história é três amigos de infância que se reencontram numa situação delicada, o assassinato da filha de um deles. Não precisa de sangue e muitos tiros para se sentir dor. É candidato ao Oscar, mas eu aposto que o ganhador será...

Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei - Assistindo a trilogia Senhor dos Anéis tive a certeza que estava presenciando um momento histórico. Os três filmes já entraram para a história do cinema e quem assistiu os filmes dentro das salas escuras e entrou no mundo fantástico criado por Tolkien e recriado por Peter Jackson sabe do que estou falando. Jackson conseguiu colocar na tela um mundo inimaginável até então. O Oscar deve chegar como reconhecimento dos três filmes, é o mímino que podem fazer. Esse último é o mais forte em emoções, desde a sequência do pai alucinado mandando o filho para o suicídio e depois querendo queimá-lo vivo, passando pelas batalhas e pelo final. Amor, ganância, compaixão, amizade, palavras que com o uso têm ficado meio sem importância e que parece vêm perdendo a força, mas que está no homem e não dá para fugir disso, é por aí.

Narradores de Javé - Filmado na Bahia, na região de Gameleira da Lapa (próximo a Bom Jesus da Lapa) e Lençóis, esse é daqueles típicos filmes brasileiros dos anos 90. Bom filme, mas que falta algo pra ser completo.
Dá pra sentir um ar meio mambembe (não pensando positivamente, nem negativamente). Não é uma altíssima produção, dá pra sentir o esforço em fazer o filme, além do uso de atores da região. O roteiro apresenta uma falha crucial, faz o espectador cansar, o que socorre quem está assitindo é a excelente atuação de José Dummont (mais uma, esse sim é um dos melhores atores brasileiros), com uma presença de espírto formidável, porque não acredito que todas aquela "piadinhas" e falas estivessem no roteiro. Ele é Antônio Biá, um homem meio doido que foi renegado pela população de Javé, uma cidadezinha prestes a ser alagada por uma represa. Biá é convocado pra passar pro papel as histórias da região e mostrar como a cidade é um patrimônio e deve ser salva. O que cansa é justamente porque fica meio repetitivo ver ele ouvindo as várias histórias. Mas a idéia é boa e busca mostrar como é importante se valorizar culturas esquecidas, a memória e a importância de ser alfabetizado. Isso sem ser didático ouquerer dar lição. O que fica de bom mesmo é como a diretora (Elianne Café) mostra um Nordeste real, tanto visualmente quanto no jeito de ser das pessoas. A bacana trilha-sonora é de DJ Dolores. O filme foi premiado em Bruxelas, Recife, Rio...

O Último Samurai - Eu fui para o cinema esperando uma bomba. Imaginava um daqueles filminhos só com clichês e com Tom Cruise fazendo o papel de bom moço erguendo a bandeira norte-americana. Bem, tem muito disso, mas não é só isso. Se você não se incomoda em ver uma grande rodução com uma história já vista, só como cenário diferente, vá ver. Se exige um pouco mais de um filme e tem outras opções, não precisa ver, guarde seu dinheiro para coisa melhor. Se tiver tempo e quer ver um filme bacaninha, mas que vai esquecer em uma semana.. tente. Cruise é um guerreiro americano que vai ensinar as técnicas de combate aos "atrasados" japoneses. Isso é a visão mais errada do filme, que claro é cinemão americano e não ia fugir a regra. O bacana é ver como a cultura orientalé de certa forma mostrada, respeitada e até reverenciada. Isso é o maior ponto do filme. As cenas de luta convencem, mas deposi de Senor dos Anéis vão ter que caprichar bem mais. Triste é que os primos de Bush não conseguem deixar de se colocar como os redentores.

1/14/2004

A Globo finalmente acertou. Quem tem tv a cabo já deve ter visto, mas para a maioria é a oportunidade de ver uma das melhores séries lançadas ultimamente. 24 Horas é uma idéia boa, bem executada e que prende o telespectador na frente da TV. Das poucas coisas na TV que faz você pensar se vale a pena estar na rua entre meia noite e uma hora da manhã perdendo a série. É a história de um agente do governo norte-americano em tempo real, durante 24 horas de um dia (24 episódios contando hora por hora a vida do cara). Ele se divide em proteger um candidato a candidato a Presidência dos EUA, procurar a filha sequestrada e, em meio a isso, desvendar uma conspiração que envolve traidores dentro de sua equipe. Muito bacana.

1/13/2004

Mais festival de verão, a Tenda Eletrônica, sob responsabilidade do pessoal da Pragatecno já confirmou a presença de dois djs de peso, Marky e Murphy.

O verão em Salvador tá quente pra caramba, mas os eventos não esquentaram tanto assim.T udo bem que já começaram alguns bacanas. Como o Skol Spirit que não tem nada de extraordinário na verdade, mas é simpático. Música na praia é sempre bom. Vi um dj paulista no sábado tocar deep house, foi bacana que não enjoou e deu pra curtir, mas de tudo que as pessoas vão fazer ali o menos importante é a música.
No mesmo dia fui a abertura do novo projeto de Big Brother. O Big Beats abriu com show da brincando de deus e os DJs Big Brother e Messiah. Me surpreendi. Clima bacana, excelente show da brincando. Engraçado é que as músicas já são hits de quem curte rock em Salvador, vi isso com várias pessoas me perguntando durante o show de quem era essa ou aquela música, achando que eram covers, mas as m´sucias dos caras já estão no subconsciente. Cada vez mais estão boa spra dançar, com a pegada da cozinah de Cury e Thiago, além de Messias (que ainda bem deixou de insistir em algumas piadinhas no intervalo) mais seguro do que nunca. Massa foi também os hits dos djs, de Gang 90, Information Society, Titãs das antigas, pérolas dos anos 80, passando por Blur, B-52´s e indo até The Hives e The Vines... Boal dentro.

Para quem não sabe ainda está confirmada a particpação das bandas Brinde, Nancyta e Os Grazzers e Dr. Cascadura no palco pop do Festival de Verão. Os shows estão marcados para o melhor dia do evento, dia 30, que terá no palco principal Carlinhos Brown, RitaLee, Paralamas, Sepultura e Marcelo D2. Ah! Escutei ontem em primeira mão o cd da Brinde e promete. A banda resolveu fincar os pés mesmo nos anos 60 em boa parte das músicas e da-lhe corinhos bacanas, quando saem dos sons sessentistas aumentam o barulho das guitarras, usam teclados... MASSA! 2004 promete.

Primeiro show do ano e já uma excelente surpresa. Dão, cantor, compositor e intérprete (não é o ex-centro-avante do Vitória), se apresentou na Praça Pedro Arcanjo no Pelourinho mostrando uma black music moderna e sem se fechar numa redoma. Por isso passeia por rock, funk, reggae. MPB, sem parecer um samba do crioulo doido. Com um bom timbre de voz e uma banda bem azeitada, o cara tem um repertório bem equilibrado com belas músicas próprias, de compositores menos conhecidos e covers bem escolhidos (Luis Melodia, Tim Maia/ Roberto Carlos, Nando Reis, Ronei Jorge). Aliás, Coração Superbacana, que Ronei gravou com a Saci Tric foi um dos destaque do show. Boa aposta para 2004. Em fevereiro tem novo show dele no memso lugar.

“A razão pela qual amo o rock n´roll: "Hey Ya", do Outkast”
A frase é de ninguém menos que Lou Reed. YEAH!!!!

1/07/2004

Tava fazendo aqueles velhos balanços de 2003. Ai vem filmes, discos, shows em minha cabeça, mas uma coisa que não comentei aqui e foi uma das mais interessantes a que tive acesso foi um livro. "O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro. Autor de vários, este foi o livro da vida dele. Terminou de escrever fugindo do hospital onde se tratava de um câncer. Mas isso não é o que importa. "O Povo Brasileiro" é daqueles livros que deveriam ser obrigatórios de se ler nas escolas e mais ainda, deveria ter uma lei obrigando a lê-lo (tem mais alguns que entrariam nisso também). Darcy faz um panorama fantástico da história da formação do povo brasileiro, falando de cada fase, cada povo que influenciou, das migrações, as fases de ocupações do território. Mais que isso, é uma excelente forma de se entender problemas tão vivos como preconceito, racismo, egoísmo, corrupção. A partir da leitura é fácil você entender como nossa elite egoísta é responsável pela situação queo país vive desde que fomos inventados pelos portugueses. Dá pra entender (quem ainda não entendeu) como a reforma agrária é importante e nunca foi implantada porque somos controlados (ainda) por latifundiários e oligarquias. Como os negros brasileiros sofreram preconceito, carregam isso nas costas até hoje e uma reparação é o mínimo que deve ser feito. É livro para se saborear e descobrir um pouco mais de nossa história, além de alimentar várias discussões.