8/29/2003

Primeiro Tim festival e olha o que eles programaram:

White Stripes, Wilco, Los Hermanos, o alagoano Wado, Beth Gibbons, The Rapture e Super Furry Animals.

Gotan Project, Peaches, Apavoramento Sound System, Gilles Peterson (DJ da Radio One), DJ Erol Alkan, 2 Many DJ's, Front 242, Gerador Zero e Lambchop.

Public Enemy, The Streets e Quinto Andar.

Meirelles e Copa 5, Luiz Avelar, Chic Corea, Tributo a Ary barroso, KD Lang Jazz Trio, Shirley Horn, Cedar Walton Trio, Maccoy Tyner Big Band, Illinois Jacquet Big Band, Terence Blanchard e Walt Weskopft Nonet.

30 e 31 de outubro e 1º de novembro.

Se for assim todos os anos. FUDEU! Vou ter que virar sócio da Gol.

8/28/2003

Eu quero é rock
E os bons shows continuam infestando a cidade. Dentro do Big HIts 1 semana passada teve os capixabas da Los Muertos Vivientes. Boa banda, acho que ainda meio verde, mas fazem surf music de qualidade e o cara que canta (berra mais na verdade) é muito engraçado pulando e soltando frases em espanhol. E as máscaras que eles usam completam o clima de estranheza. Bom show. Azar foi ter que tocar depois do Retrofoguetes, esses se fizessem uma temporada no Rio ou em São Paulo iam se armar.
No sábado, teve a volta de Ronei Jorge aos palcos dentro do projeto Matinê São Rock. Para quem não sabe Ronei Jorge era da Saci Tric. Ele montou uma nova banda, assinando agora Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta. No novo projeto ele compõe todas as músicas, mas a banda colabora nos arranjos. O show mostra que Ronei continua sendo um dos melhores vocalistas de rock, interpretando cada frase com a alma. Além de suas composições estarem num nível que já deveria ter ultrapassado os limites do meio rock local. O show foi muito bom, curto, apenas seis músicas próprias e uma cover de Monseuto, mas deu pra ver que já temos mais um grande nome dentro do cenário local. Teve ainda show da Honkers, mais um grande show, com os meninos mais comportados, mas fazendo todo mundo no mínimo balançar as cabeças. O público compareceu, mostrando que a idéia da Matinê é ótima e que público rocker temos.

8/22/2003

Ônibus 174
Soco no estômago. Murro na cara. Essas são as expressões que sempre vêm à mente quando se assiste a um filme como esse, que mostra de maneira crua um aspecto de nossa realidade, nesse caso não uma obra de ficção, mas um documento de um fato que aconteceu no Rio de Janeiro há alguns anos. Mas não importa o impacto causado no espectador. Ele sofre tanto quanto sofreu o telespectador que acompanhou ao vivo o caso do ônibus 174 pelas imagens da TV na época. O problema é que até onde a dor desse soco vai? A sociedade brasileira tem se mostrado doente e quem tem acesso a um filme como esse se sensibiliza, se contorce na cadeira, mas alguns dias depois não muda um centímetro de sua postura frente às pessoas.
Ninguém deve ter esquecido o sequestro de um ônibus num bairro carioca em uma tarde qualquer de um dia qualquer. Sandro era o nome do sequestrador, um "personagem" que já havia vivido a chacina da Candelária e havia visto a mãe ser assassinada. Ninguém sabia disso na época. Era apenas um bandido, um marginal, matendo passageiros, mulheres, refém de uma arma. Visivelmente fora de si, o homem ameaça matar as mulheres em frente às câmeras, ao vivo para todo país. Permaneceu horas dentro do ônibus, gritando para a TV, "negociando" com a polícia e criando momentos que ultrapassa qualquer filme de Hollywood.
O documentário entrevista várias pessoas envolvidas, reféns, parentes de Sandro, sociólogos, policiais que negociaram na época, bandidos, entre outros, e faz isso para dar ao público um retrato do homem que acabou alcançando o sucesso que sonhava de uma maneira pouco nobre. Você sai do cinema sem culpar ninguém, porque a culpa não está só na polícia despreparada, no bandido drogado, no governador preocupado com sangue ao vivo, na mídia sanguinolenta. A culpa, sim culpa, é de todo mundo junto, de nós que não nos sensibilizamos além do filme, que preferimos pensar em nós mesmos o tempo inteiro e no máximo colocamos nossa indignação num jornal ou num blog. É sensação completa de impotência.

Samsara
Não é todo dia que a gente entra num Multiplex da vida e assiste um filme belo como esse. Suave, bem feito, com uma fotografai sensacional, Samsara conta a história de um homem em busca da paz interior. Tashi vive em um mosteiro, onde passou três anos isolado. Se descobre sensível ao mundo mundano, tendo poluções noturnas e sonhando com mulheres. Nada vulgar, a delicadeza como isso é mostrado é de forma sutil e com masteria. O diretor e roteirista, o indiano Nalin Pan, tem total controle de como mostrar tudo que quer. Tashi abandona o mosteiro e muda de vida, se relacionando com uma bela mulher. As cenas de sexo são primorosas, com o diretor mostrando o que deve ser mostrado com uma câmera invertida muito interessante. Simplicidade, nada muito moderno ou pretensioso, mas o suficiente para contar uma bela história, sem muitos diálogos, com ritmo próprio e com uma beleza (sim, mais uma vez) incomum no cinema de hoje. O filme não é americano como tem sido mostrado nos jornais, é uma produção de 2001 co-produzida entre França, Índia, Itália e Alemanha. Recomendo para quem não gosta só de explosões.

Mostra Baiana de Videoclipes
É muito interessante essa mostra que vem acontecendo todo ano. Muitos dos clipes exibidos não tem vida fora dalo, ou seja, praticamente são feitos exclusivamente para a mostra. Isso é um sinal do nível de importância que o evento ganhou. Este ano foram 30 clipes de estilos e qualidade os mais diversos. Um bom público (parte da nata do rock baiano) presente pôde conferir trabalhos bem produzidos com grana de gravadora, como os clipes de Pitty, Lan Lan, Jussara Silveira e Superfly, ao mesmo tempo, trabalhos independentes e logo mais simples, caso dos clipes da Retrofoguetes, Dever de Classe, Mallefector, brincando de deus, etc. Alguns trabalhos mostraram que há gente procurando vias de produzir bons trabalhos sem muito dinheiro, é o caso de Alexandre Guena (Xanxa), que foi homenageado com a exibição na abertura do seu curta "Noite dos Psicóticos", além de ter vários clipes concorrendo, um deles - Retrofoguetes - foi o campeão da noite, ao lado do novo de Pitty "Admirável Mundo Novo", muito bom, por sinal. Eu destacaria também do clipe da Superfly, interessante.
Não tem como falar das porcarias exibidas. Não dá para faalr muito mal de clipes que na verdade sao filmagens do show, como Adão Negro, Kaoma, Filomena Bagaceira, a música não é boa e aquilo nem deveria ser considerado clipe. Incomodou mesmo, chegando a provocar risos do público de tão trash, o clipe de Nando Borges, com a música "Sexo na Rede". Imagine o cara cantando se abraçando a um coputador, "gatinhas" azarando o cara numa sala de aula cheia de micros... Merecia um prêmio especial. Triste.
Depois da mostra teve festa com as bandas Mutatio Lab, estreando em terras baianas, e Zambotronic, bons shows. A Zambo voltou com força fazendo shows memoráveis, o CD está para ser lançado e promete como um dos melhores do ano por aqui. A Mutation também deve lançar CD por agora, eu não curti muito, mas preciso ver outro show com mais calma. o dj (eu mesmo) ainda tentou levar a festa adiante, ma so equipamento de som falhou e me deu um a zero bonito, deu só pro esquente. Se é que deu.

8/21/2003

A Big Bross está comemorando três anos (oficiais e registrados) com uma série de shows no Calypso. Na primeira semana, brincando de deus e The Honkers receberam a banda de Fortaleza 2Fuzz. Não só a pouca presença do público, especialmente na quinta (dia da brincando), fizeram os shows um pouco chatos. A banda cearense até que faz o que se propõe bem - inclusice tecnicamente, segundo os músicos amigos presentes - mas o som é chato, datado e sem emoção. Quinta o público foi ínfimo, mas os Honkers conseguiu arrastar mais gente na sexta, não o suficiente pra encher o Calypso. Foi bom ver o show sem tanta gente e aquela vibe habitual, só assim pra Rodrigo Sputter se comportar mais, não roubar tanto a atenção e o público poder ver como a banda é boa. A música nova, que eles tanto andam falanado, é realmente classe A. Sábado agora (dia 23) eles tocam na Matinê da São Rock, às 16h, que inclui a volta de Ronei Jorge aos palcos. VIVA o rock!

8/16/2003

Boa notícia. A Warner vai disponibilizar para venda toda discografia de Gilberto Gil. Os discos haviam sido lançado na caixa "Palco" e agora vão poder ser adquiridos separadamente. Aguardo ainda de joelhos uma caixa de Jorge Ben. Na verdade ficaria feliz em conseguir o Jorge Ben 1972 e o Ao Vivo no Olympia, os dois que não tenho.

8/14/2003

E no sábado mais um excelente show da Nação Zumbi. Rolou dentro da programação do Garage Rock. O som deu umas falhadas,o público tava meio morno (talvez cansaço), mas o show foi foda. Aliás, só vi um deles que não foi assim, o primeiro aqui depois da morte de Chico, alguns meses depois. No show de agora, teve clássicos do primeiro disco: "Da Lama ao Caos", "Banditismo por uma Questão de Classe" e a insana "Salustiao Song". FODA. Veio hists dos discos seguintes, vários deles. A guitara de Lúcio Maia é uma das melhores do planeta. A banda tá cada vez mais dub, groove, com muita percussão e as tais guitarras. Jorge Du Peixe dá conta dos vocais, sem problemas. Taí, estão ao lado dos Hermanos como a melhor banda do país. Muito bom show.

Sexta-feira passada mais uma prova da excelente fase que vive o cenário alternativo em Salvador. Foi o lançamento do primeiro Cd da Los Canos, banda novíssima e que promete fazer história. No show a banda apresentou as músicas do disco, uma fora dele e algumas covers (Os Pedrero, Forgotten Boys e Weezer). Bom show. Pena é um dos melhores novos vocalistas/ compositores entre as bandas que vêm surgindo na cidade. Presença de palco, voz massa e bom humor. Alías, o bom hunor é uma das características mais fortes da banda. Músicas como "Ela Não Gosta de Mim" e "Uma Bandinha de Rock" têm todos os atributos para virar hit, já é para quem conhece e poderia ser nacional se o mundo fosse mais justo.
A noite teve ainda shows da Brinde, que pra mim acertou o ponto certo entre o pop da letras e das melodias e o peso da bateria e da guitarra. Claro, sempre com covers muito bem vindos. Para finalizar mais um grande show da Honkers, com direito a uma invasão do palco no intervalo para covers dos Beatles ocm uma "banda" engraçada e meio desentrosada.

8/07/2003

Saudades dos zines impressos
Um amigo meu diz que só quem lê zines são zineiros. Quase que concordo totalmente. Uma coisa eu sei, quem é zineiro um dia será pra sempre. Mesmo que você demore para voltar a fazer ou até nem faça mais, a vontade sempre pinta e o espírito de zineiro permanece. POde parecer uma grande bobagem, mas anos depois de ter lançado o el Cabong em papel e deopis de muito tempo com o site fora do ar, recebi um zine em papel, o Done. A vontade e o sentimento que falei voltaram. Muito bom isso.
Há quanto tempo não resenho um zine, ainda mais porque na internet, especialmente no Brasil, quase nada parece mais um zine, no bom e no mal sentido. Os sites que falam de música, cinema, literatura ou o que quer que seja acabam parecendo sérios demais, profissionais demais.
A quinta edição do Done foi feito há algum tempo, mas não perdeuo frescor. No editorial Márcia Raele resume o que é fazer zine comparando com os caras do Fugazi e o prazer de tocar. "Façam o que tenham vontade de fazer! O "Do it Yourself" é simples e eficiente. O zine tem 12 páginas em meio ofício e traz um comentário legal sobre a "arte" de discotecar, uma entrevista com a banda The Concept, além de resenhas de demos, cds e otras cositas mas. Deu vontade de ressucitar o pagemaker e voltar a fazer zine em papel. Quem quiser o Done, pode entrar em contato com Márcia através do mail raeleama@terra.com.br.

Roney, o retorno
Quem está em estúdio ensaiando com sua nova banda é Roney Jorge, um dos principais compositores baianos contemporâneos. Para quem não lembra (ou não sabe), Roney era o vocalista e principal compositor da Saci Tric (importante banda baiana do final dos anos 90 que terminou no ano passado) e autor de músicas gravadas pelas meninas da Penélope, como “Circo” e “Naqueles Dias”.

8/04/2003

A Casa do Amor
Dentro do turbilhão de bandas que surgiram nos anos 80 - na carona da parede de guitarras criada pelo Jesus & Mary Chain - algumas merecem ser lembradas. A House of Love é uma das principais delas. Obscura, sem ganhar muito destaque fora do meio de fãs das então chamadas guitar bands, o House of Love deixou marcas.
Formada em 1986, a banda lançou quatro álbuns, mas o principal deles foi sem dúvida o primeiro, "House Of Love", lançado em 1988 e que possui músicas inesquecíveis:
"Christine", um dos mais fiéis frutos de "Psychocandy" do J&MC, com uma parede de guitarras fantástica.
"Man to Child", talvez uma das mais belas canções dos anos 80 (e olha que se tem uma coisa boa nos anos 80 é a grande produção de baladas imortais).
Imagina uma voz do caralho, cheia de emoção cantando:
"Jesus, where did the time go?
Holy God, where is the money now?
Father, what am I doing here?
Mother, mother where is the love? "

Tem ainda "Love in a Car", "Hope" e outra belíssima canção "Fisherman's Tale" que tinha um início inesquecível:
"Deep blue eyes, take me through my sleep
I believe in Jesus, I just don't have belief"

E porque falar de uma banda tão antiga? Um amigo disse que estou ressucitando bandas. Bom, mais ou menos. Acho que com internet e mp3 ficou fácil se ter acesso a todo tipo de música lançada no mundo. Então não custa nada dar umas indicações. Quem não conheceu pode conhecer e gostar. Além disso, lendo sobre a banda descobri um site de um fã que diz que o House of Love está fazendo shows. Sim, eles voltaram. Nem dá pra suspeitar que é por dinheiro,já que nunca fizeram sucesso. Os integrantes da banda tiveram outros projeto não tão bem sucedidos. Nada melhor do que voltar com um trabalho que mostrou qualidade. Vamos ver se mantém o nível num trabalho novo.