9/22/2005

Um tributo aos anos 80


A moda da décade de 80 não deve ser levada a sério, como nenhuma outra moda deve ser. Passa. Não tem a mínima importância. O que importa é o que fica, mesmo de uma década considerada por muitos como nula. Bobagem. Os anos 80 estão aí influenciando muitas das bandas que importam hoje em dia, está aí na volta de dezenas de bandas daquela época, ou no retorno da Bizz, ou... bom, espero que ninguém queira voltar a se vestir daquele modo. Mas uma das marcas dos anos 80 são os filmes divertidos, despretensiosos e que ilustravam bem os jovens daquela época. Aqueles que viraram marca da Sessão da Tarde e boa parte das vezes trazia o dedo do gênio John Hughes. Pois está para sair nos Estados Unidos um tributo a estes filmes com bandas independentes tocando suas trilhas-sonoras. “High School Reunion: A Tribute to Those Great Eighties Films” traz entre outras bandas Frank Black, Matthew Sweet e Kristin Hersh (do Throwing Muses) fazendo covers de clássicos de Iggy Pop, Echo & The Bunnymen, Simple Minds etc.
Frank Black escolheu a cereja do bolo, gravando “Repo Man” (do filme “Repo Man – A Onda Punk”, de 1984), escrita e cantada por ninguém menos que Iggy Pop. A banda The Atomic Hep Cats gravou a não menos clássica “Bring on the Dancing Horses”, do Echo & The Bunnymen. Uma música que não saiu em discos da banda, foi feita especialmente para a trilha de “A Garota de Rosa Shocking”. Outra antológica é “Wave of Mutilation (UK Surf)”, do Pixies, presente no filme “Um Som Diferente” e que ganha uma versão de Kristin Hersh (Throwing Muses, 50 Foot Wave).

Mas veja a lista completa do álbum (música/ artista/ artista original/ filme):

“Danke Schoen” / The Wading Girl / Wayne Newton / “Curtindo a Vida Adoidado”
“Don`t You (Forget About Me)” / AM / Simple Minds / “Clube dos Cinco”
“I Go Crazy” / PC Munoz / Flesh For Lulu / “Some Kind Of Wonderful”
“American Girl” / Matthew Sweet / Tom Petty / “Picardias Estudantis”
“Somebody`s Baby” / John P. Strohm (The Blake Babies, Lemonheads) / Jackson Browne / “Picardias Estudantis”
“Moving In Stereo” / The Commons / The Cars / “Picardias Estudantis”
“Wave Of Mutilation (UK Surf)” / Kristin Hersh (Throwing Muses, 50 Foot Wave) / Pixies / “Um Som Diferente”
“Weird Science” / The Bennies / Oingo Boingo / “Mulher Nota 1000”
“In Your Eyes» / Lori McKenna / Peter Gabriel / “Digam o que Disserem”
“Within Your Reach” / Bastards of Melody / The Replacements / “Digam o que Disserem”
“If You Were Here” / The Smarties / Thompson Twins / “Gatinhas e Gatões”
“Little Bitch” / Nova Social / The Specials / “Gatinhas e Gatões”
“Turning Japanese” / Blank Pages / the Vapors / “Gatinhas e Gatões”
“Love My Way” / The Modifiers / Psychedelic Furs / “Valley Girl”
“Melt With You” / Underdog / Modern English / “Valley Girl”
“Million Miles Away” / Dipsomaniacs / The Plimsouls / “Valley Girl”
“Bring on the Dancing Horses” / The Atomic Hep Cats / Echo & The Bunnymen “A Garota de Rosa Shocking”
“Please Please Please Let Me Get What I Want” / The Caulfield Sisters / Smiths / “A Garota de Rosa Shock)
“Pretty In Pink” / ainda não anunciado / Psychedelic Furs / “A Garota de Rosa Shocking”
“Repo Man” / Frank Black / Iggy Pop / “Repo Man”


Mas você lembra dos filmes? Alguns são clássicos eternos, com uma dose perfeita de humor, destretensão e uma visão da juventude da época nos Estados Unidos, mas que tinha característica do jovem ocidental. E a preocupação com a trilha-sonora era marcante, com as músicas funcionando quase como personagens em alguns dos filmes. Sem dúvida o mestre do "sub-gênero" é John Hughes. Muita gente nem deve saber que um mesmo diretor é autor de várias preciosidades como "Curtindo a Vida Adoidado" (talvez o principal filme dentre estes tantos), "Gatinhas e Gatões", "O Clube dos Cinco", "Mulher Nota 1000", "A Garota de Rosa Shocking". As histórias eram muito simples e mostravam jovens, boa parte das vezes os tais nerds, com suas idiosicrasias e modos de vida que destoavam do padrão que achavam o mais correto nas escolas americanas. OU eram nerds demais, ou românticos demais, ou irresponsáveis demais. Lembre os filmes homenageados pelo tributo:




Picardias Estudantis (Fast Times at Ridgrmont High, EUA, 1982)
Direção: Amy Heckerling Roteiro: Cameron Crowe, Jonathan Roberts
Marcou época a história criada por Cameron Crowe (resposável por "Quase Famosos") que mostrava o cotidiano de sexo, rock e shopping centers de um grupo de adolescentes numa escola na Califórnia. Entre os personagens estavam em destaque os irmãos interpretados por Jennifer Jason Leigh e Judge Reinhold. Ela uma adolescente grávida, ele um aspirante a playboy, além de Sean Penn fazendo o papel de um hilário surfista que vivia para atrapalhar as aulas do prfessor Hand. A trilha-sonora conta ainda com Go-Go´s, Donna Summer e Oingo Boingo.


Sonhos Rebeldes (Valley Girl, EUA, 1983)
Direção: Martha Coolidge Roteiro: Wayne Crawford, Andrew Lane
Uma adolescente (Julie) de um bairro de classe média se apaixona por Randy (Nicolas Cage), um punk que vive no lado podre da cidade de São Francisco em plenos anos 80. Apesar da má fama, Randy é um rapaz doce e gentil, que se preocupa com a reputação de Julie. O romance gera alguns conflitos, principalmente com a família da garota, que tenta cultivar os ideais dos anos 60, e com uns amigos fúteis dela.


Gatinhas e Gatões (Sixteen Candles, EUA, 1984)
Direção e Roteiro: John Hughes
Estrelado pela musa dos filmes adolescentes dos anos 80, Molly Ringwald, o fime conta a história de Samantha Baker, que fica arrasada quando a família esquece que ela está completando 16 anos. Isso porque sua irmã mais velha e chata está casando. Apaixonada pelo garoto mais popular da escola que namora uma linda garota, ela vive suas frutrações e tem que conviver com um garoto esquisito que dá em cima dela. É o filme de estréia do diretor John Hughes e sem dúvida um clássico adolescente dos anos 80.
Molly Ringwald (hoje com 37 anos) já anunciou que quer participar da sequência do filme.

Repo Man, A Onda Punk (Repo Man, EUA, 1984)
Direção e roteiro: Alex Cox (Sid Nancy)
Fugindo da temática romance e vida de curtição de adolescentes, Repo Man mostrava um jovem ex-roqueiro (Emilio Estevez) contratado como Repo Man, um emprego incomum, que consistia em recuperar carros de clientes que não pagaram as prestações. Em uma de suas buscas conhece um cientista louco que havia roubado alienígenas que escondia no porta-malas. Além de Iggy Pop, a trilha conta com a presença de músicas do Black Flag, Suicidal Tendencies, The Circle Jerks, entre outros.

Mulher Nota 1000 (Weird Science, EUA, 1985)
Direção e roteiro: John Hughes
Dois adolescentes nerds, que não têm muito sucesso com as mulhres, resolvem criar um perfeito exemplar do sexo oposto através de um computador, mas eles não esperavam que um raio tornasse a criação deles numa mulher de verdade. Sexy, bonita, determinada, dedicada a seus criadores e daquele tipo que chama atenção dos homens... ela acaba criando problemas para os dois rapazes. Na trilha: Mike Oldfield, OMD, Los Lobos, Killing Joke, além da música tema do Oingo Boingo.


O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, EUA, 1985)
Direção e Roteiro: John Hughes
Nos Estados Unidos é considerado o maior clássico de filmes para adolescentes. E é realmente um clássico, trazendo um enredo mais profundo que o costume para esse tipo de filme. O longa conta a história de cinco estudantes de personalidades bem diferentes que depois de quebrar algumas normas da escola são obrigados, como punição, a passar um dia inteiro trancados numa biblioteca escrevendo uma redação sobre si mesmo. Aquelas horas servem para cada um dividir seus traumas, sonhos e segredos. Entre os atores dois dos mais atuantes nesses filmes adolescentes: a quase onipresente Molly Ringwald e Emilio Estevez.

Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, EUA, 1986)
Direção e Roteiro: John Hughes
O respeito por esse filme vai além da história, que conta as aventuras de um jovem durante um dia do último semestre do colégio que resolve filar aula e curtir a vida com a namorada e um amigo. Existe muito por trás daqueles momentos vividos por Ferris Bueller, seu amigo Cameron e a namorada Sloane. De forma hilária, filosofa para câmera, questiona modos de vida padrão e deixa qualquer um com uma pulga trás da orelha? Pra que essa merda de vida que todo mundo leva?
Boatos falam em uma continuação do filme. Inicialmente seria com Ferris Bueller 15 anos mais velho e trabalhando como advogado. Mas parece que vão estragar tudo. Sem Hughes e Broderick, o filme será lançado diretamente em vídeo com o ator Nick Weschler da série "Rosswell".
Além de "Danke Schoen" com The Wading Girl (para quem não lembra aquela primeira música deliciosa que Ferris canta quando aparece na parada no centro da cidade), a trilha-sonoratraz Sigue Sigue Sputnik, Big Audio Dynamite, Beatles, Dream Academy e Yello (aquela "Oh Yeah" que marca todo filme, especialmente no final, mostrando o diretor).


A Garota de Rosa Shocking (Pretty in Pink, EUA, 1986)
Diretor: Howard Deutch Roteirista: John Hughes
Um marco. Molly Ringwald (mais uma vez) interpreta uma garota pobre e esquisita que vai estudar em um colégio de ricos. Claro que ela se apaixona pelo mais rico e popular aluno do lugar e sonha em conseguir um vestido especial para ir ao baile e poder conquistá-lo. Isso parte o coração de seu amigo new-wave, que nutre uma paixão platônica por ela. Outro filme que tem se falado numa continuação, com Hughes dirigindo e garantindo a presença dos atores principais Ringwald, mccarthy e cryer. O novo filme vai revelar o destino dos personagens vinte anos após os acontecimentos do original e deverá estar pronto no próximo ano para coincidir com o vigésimo aniversário. A trilha inclui também Suzanne Vega, INXS, New Order, além do Echo & The Bunnymen, Smiths e Psychedelic Furs que entraram na coletânea.


Alguém Muito Especial(Some Kind of Wonderful, EUA, 1987)
Diretor: Howard Deutch Roteirista: John Hughes
Pequeno clássico da Sesão da Tarde. A mesma dupla responsável por "A Garota de Rosa Shocking" praticamente repete a história, mas com papéis invertidos. Keith Nelson (Eric Stoltz) é um rapaz tímido que quer conquistar a garota mais cobiçada e popular da escola. Ela, que namora, claro, um playboyzinho rico e metido a besta, não dá a mínima bola para ele. A melhor amiga de Keith dá a maior força para ele conquistar seu desejo, mas nem suspeita que ela na verdade é apaixonada por ele. Numa prova do amor de Hughes pelo rock, ele batiza os três principais personagens com nomes relacionados aos Rolling Stones: Amanda Jones, nome de uma música do grupo, Keith e Watts, nomes de integrantes da banda. A trilha traz ainda nada mais nada menos do que "The Hardest Walk" - Jesus And Mary Chain.


Digam o que Disserem (Say Anything, EUA, 1989)
Direção e roteiro: Cameron Crowe
Universitário derrotado de bom coração, Lloyd (John Cusack) quer conquistar a Miss Perfeição da faculdade, antes dela ir embora morar na Inglaterra. Lloy enfrenta diversos obstáculos para realizar seu objetivo, principalmente o pai superprotetor da garota. A trilha também mostra o bom gosto de Crowe pelo rock, dela constam Living Colour, Joe Satriani, Nancy Wilson, Red Hot Chili Peppers, Depeche Mode, Cheap Trick e Fishbone, além de Peter Gabriel e Replacements.


Um Som Diferente (Pump up the Volume, EUA, 1990)
Direção e roteiro: Allan Moyle
Christian Slater é Mark, um rapaz que se muda para uma nova cidade e tem dificuldade de fazer amigos no colégio. A solução é se dedicar a uma rádio pirata instalada em seu quarto Com isso acaba chamando a atenção da moçada. Talvez a trilha mais bacana. Além de “Wave Of Mutilation (UK Surf)” do Pixies traz ainda Sonic Youth, Concrete Blonde, Cowboy Junkies, Soundgarden, Peter Murphy, e Bad Brains tocando "Kick Out The Jams".

9/15/2005

Claro que é Rock
26 e 27 de novembro
Sonic Youth, Flaming Lips, Iggy Pop and The Stooges, Nine Inch Nails, Good Charlotte e Suicidal Tendencies

9/14/2005

Alguém ainda duvida que Salvador é outra cidade? Bom, se ainda falta um show internacional, mesmo de médio porte, garanto que isso não vai passar de 2006. E não estou sabendo de nada, não tô sabendo de nada...
A capital baiana há muito já se livrou do estigma de cidade do axé, pelo menos para quem mora aqui, tem bom senso e não fica apenas reclamando.
Vamos falar um pouco do Axé, que considero que tem lá sua importância. O problema nem é existir, é existir da forma que monopolizou tudo nos anos 90 principalmente. Praticamente todo investimento da iniciativa privada e do Governo da Bahia foi direcionado para o meio axé e afins. Até trio do Chiclete com Banana no Bloco Camaleão (um dos mais rentáveis e que nem pagava imposto) teve apoio do FazCultura. Axé hoje é sucesso lá fora, Jammil é considerado rei em BH, mas não coloca mais ed 300 pessoa em show em Aracaju, por exemplo. Qual o último grande show de Axé que você tem notícia em Salvador? Ah! Você vai falar, mas Calypso lota o Parque de Exposições (deve ter lotado, não soube de nada)? Mas isso é em qualquer grande cidade do país. A grande população, a massa, consome Calypso e afins hoje em dia, normal.
Agora, podemos concordar que Jorge Vercílio, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Chico César, Luciana Mello não sejam o que consideramos a melhor música para se ouvir, mas temos que concordar que são os artistas que tem tocado nas grandes metrópoles com sucesso. Você vai em uma cidade com uma vida cultural agitada e vê lá cartaz de shows desse povo, mais Belchior, Zé Ramalho, Nação Zumbi O Rappa, Los Hermanos... além de um monte de shows de bandas locais e festas...
Se você não reparou Salvador foi assim nos últimos meses e o verão nem chegou ainda. "Vixe, o cara tá doido, dizendo que Salvador já é uma grande cidade com mil opções culturais". Não rastaquera. Nada disso. Estamos ainda longe de chegar no que achamos bom. Mas, ô limitado das idéias, tudo é um processo. Paramos dez anos culturalmente, as coisas não podem acontecer de vez. Há três anos no mínimo venho dizendo e repetindo (muito aqui no el Cabong) que as coisas estão mudando. E estão de fato, mas é um processo, um passo de cada vez, dois pra frente, um pra trás. Se você prefere reclamar, SÓ reclamar, paciência, vá fazer companhia a sua vó.
Se Salvador há sei lá, dois anos, vivia do Calypso, hoje mesmo aind afaltando casas decentes para shows (eu já escrevi isso aqui), já existem opções. Algumas opções. Se comemoravámos um show legal no mês, hoje temos opções no mesmo dia e todo final de semana escolhemos o que vamos perder. Falta muito, claro. Mas hoje você pode dançar ou ver shows no Miss Modular e Zauber, que contam com uma boa estrutura, dá até pra convidar sua namorada, sua irmã patricinha ou até sua mãe, sem problemas. O Casarão Santa Luzia é outra opção, que tem uns problemas de estrutura, mas prova de que estamos num processo de melhoria é que os proprietários do lugar estão investindo e vão mudar tudo lá. Ar condicionado novo, novos banheiros, novo espaço para shows e a reabertura com um festival bacana só com bandas baianas (veja os shows na agenda ao lado). O Calypso, ah o Calypso, ainda está lá, vivo, tendo showss porádicos e cumprindo sua função. O Rock in Rio, que tem uma estrutura de alto nível, resolviu abrir as portas para coisa melhor do que o que vinha rolando por lá. O Tapioca, lugar tradicionalmente playboy, também abre para shows sem problemas, apesar da consumação míinima (que paga o otário que quer). E ninguém mais fica se lamentando que o World Bar faz show de graça, tem público para tudo nessa cidade. O shows lá continuam rolando, como semrpe tem também no World Bar.
Falta banda gringa? Como falei no início questão de tempo. As relevantes do circuito nacional já estão passando. O Skol Tropical Beats desse ano, por exemplo, abriu mais pro pop rock e trouxe pela primeira vez na cidade os gaúchos da Cachorro Grande. Que fizeram aliás um de seus costumeiros grandes shows. Melhor, um bom público foi lá só para vê-los cantando junto e tudo (eles voltam a tocar po raqui mês que vem). Pena foi ter que sair do lugar (porque tava difícil ficar para o resto dos shows) ao som de LS Jack, algo constrangedor que não merecia existir.
E a lista de bandas que estão vindo por ai ou podem vir, anima: Sapatos Bicolores, Bonsucesso Samba Clube, Wry, Eddie, Wado, Los Hermanos, Ludov, Nação Zumbi, Automarams, Pitty, Cachorro Grande e por ai vai. Que venha o verão.

9/06/2005

Mais um festival divulga sua programação
DEMO SUL 28, 29 e 30 de outubro - Londrina / PR

SEXTA – 28/10
SILENCIO (Londrina)/ HEADPHONE (SP)/ CRIATURAS (PR)/ TRILOBITAS (LONDRINA)/ DANIEL BLZ E OS CORAÇÕES EM FURIA (SP)/ OS SUBSTITUTES (LONDRINA)/ AUTORAMAS (RJ)/ CACHORRO GRANDE (RS)

SÁBADO – 29/10
MIM (RJ)/ MADERA (LONDRINA)/ LACERTAE (SE)/ MONJOLO (PE)/ CANASTRA (RJ)/ THE BROWN VAMPIRE CATS (LONDRINA)/ MARCELO NOVA (BA)

DOMINGO – 30/10
BUBBLE GUM (LONDRINA)/ SANATÓRIO DOS ANJOS (LONDRINA)/ ELECTROSPIROSE (LONDRINA)/
KRATERA (SC)/ TOSCO DUDES (LONDRINA)/ ROCK ROCKET (SP)/ GRENADE (LONDRINA)/ JUPITER MAÇÃ (RS)

9/05/2005

O lado triste e doce do rock baiano

Nunca foi fácil fazer rock em Salvador, assim mesmo a cidade já teve algumas bandas inesquecíveis que fizeram história por aqui. Úteros em Fúria e The Dead Billies são bons exemplos, atraindo um enorme público com seus shows que mesclavam alta dose de rock tradicional (cada um em seu campo), perfeito para dançar e com muito bom humor.
Mas, indo por um caminho ainda mais inverso do que ditava a música local, quatro rapazes faziam um som meio melancólico, nublado, cinza, constrastando com todo sol e a alegria vendida em potes pela Axé Music, que ganhava o Brasil na época. Era começo dos anos 90 e quem apreciava sons como Jesus & Mary Chain, My Blood Valentine e The Smiths se sentia meio que isolado numa ilha. Só o fato de encontrar alguém com uma camiseta estampada com foto de uma dessas bandas e afins era motivo de se aproximar e criar uma amizade.
Não era fácil encontrar alguém em sintonia musical. Mas uma banda contribuiu muito para que Salvador tivesse seu espaço indie estabelecido. "Indie" naquela época não era tudo que não fosse de grandes gravadoras, era um tipo de som, herdeiro das bandas alternativas que se utilizavam de paredes de guitarras, belas melodias e um ar despretensioso.
Era época das guitar bands e por incrível que pareça Salvador tinha a sua. Mais. Era uma das principais bandas do gênero no páis. A brincando de deus começava a se tornar lendária. E mesmo no meio rock não era fácil assumir tal postura. Ser indie não era fácil.
O mundo do rock mais sujo e tradicional fazia questão de chamar o grupo de "brincando de banda". Esculhambavam, dizendo que eles faziam "rock triste", além de desqualificar as qualidades dos integrantes da banda.
Sempre foi assim. Mas quem se importa? Messias não possui, nem possuia a melhor voz, os músicos não eram os mais técnicos. Mas cada um, César, Dalmo e Quinho, no início, depois César, Tiago e Cury, sob a liderança de Messias, proporcionaram momentos antológicos para os que apreciavam o noise de guitarras, as melodias doces, o clima dos anos 80.
Nunca uma banda saudosista, mas um grupo que remetia a sons que deixaram saudades. A brincando de deus foi um marco no rock baiano, nunca se rendendo a gravadoras, quase sempre cantando em inglês e fazendo o som que achavam o melhor a ser feito. Com três discos gravados, Messias e cia são respeitados em todo páis como um símbolo da música independente.
Passaram por mudança de formação, por momentos que fazer rock era aventura, que cantar em inglês era quase um sacrilégio, que resistir em não ter gravadora era heróico. Resistiram. Não mudaram de som, apesar de até convite para incluir tambores no som ter rolado. Resistiram a um incêndio que destruiu quase tudo da banda, inclusive quase sua existência. Sobreviveram.
Tudo isso para introduzir o show que marcou neste último domingo um momento marcante do grupo. Com várias figurinhas carimbadas do rock baiano presentes, muitos achavam que o show marcava o fim da brincando de deus, já que metade dos atuais integrantes [o guitarrista César Vieira e o baixista Tiago Aziz] estão de mudança para São Paulo para participar de um novo projeto.
O clima era de celebração e despedida num show inusitado no restaurante Pós-Tudo. O motivo era a gravação de um CD ao vivo e um DVD. Produção caprichada, para um desfile de clássicos do indie rock brasileiro, com a banda fazendo uma retrospectiva da mais de uma década de carreira. Os clássicos estavam lá, com Messias

O disco e o DVD - que terá um caráter documentário com imagens do show, trechos de entrevistas, além de material antigo e inédito do grupo - vão manter uma das maiores características do grupo, sendo lançado juntos de forma independente pelo selo Big Bross. O líder do grupo, Messias GB, garante que a banda continua, seja com formação nova ou em encontros eventuais com os velhos integrantes.
Maior prova disso é que a banda termina de gravar até o fim do ano um novo disco de inéditas, além relançar em novembro os três primeiros discos em uma caixa. Messias garante ainda que os shows vão se tornar mais frequentes. Que comemorem duas décadas de existência daqui a alguns anos.

9/02/2005

Gringos no Brasil TIM FESTIVAL com programação fechada

Como já disse, o segundo semestre vai ser apetitoso para os fãs da boa música. Várias bandas gringas aterrisam lá no Brasil, a maioria em festivais. Vou ficar atualizando este post a cada novidade, acompanhe o que está confirmado (c), o que ainda é especulação (e) e mais, o que está praticamente certo (pc) e o que está descartado (d).

Curitiba Rock Festival - 24 e 25 de setembro (Curitiba)
Dia 24: O Sete (RJ)/ Suite Minimal (PR)/ Charme Chulo (PR)/ Rádio de Outono (PE)/ Cidadão Instigado (CE)/ Leela (RJ)/ Acabou la Tequila (RJ)/ Weezer

Dia 25: Black Maria (PR)/ Karine Alexandrino (CE)/ Móveis Coloniais de Acaju (DF)/ Los Diaños (PR)/ Biônica (SP)/ Hurtmold (SP)/ Patife Band (SP)/ Ultramen (RS)/ The Raveonettes (Dinamarca)/ Mercury Rev (USA)

Tim Festival - 21, 22 e 23 de outubro (Rio de Janeiro)

21/10
- Tim Club - 20 horas
Bob Mintzer Big Band/ Russell Malone & Benny Green/ Wayne Shorter Quartet
- Tim Main Stage - 22 horas
Mundo Livre S/A/ Kings of Leon/ The Strokes
- Tim Lab - 23 horas
M. TAKARA 3/ Autechre/ Vincent Gallo
- MOTOMIX - 1h da manhã
Arthur Baker/ PERETZ/ Nego Moçambique

22/10
- Tim Club - 20 horas
SpokFrevo Orquestra/ Enrico Rava/ John Mc Laughlin: Remember Shakti
- Tim Main Stage - 22 horas
De La Soul/ M.I.A./ Dizzee Rascal
- Tim Lab - 23 horas
Lado 2 Estéreo/ The Arcade Fire/ Wilco
- MOTOMIX - 1h da manhã
KL Jay/ Cut Chemist/ Diplo

23/10
- Tim Club - 20 horas
The Conga Kings/ Dona Ivone Lara/ Dr. John
- Tim Main Stage - 22 horas
Television/ Elvis Costello and the Imposters
- Tim Lab - 23 horas
Vanessa da Mata/ Kings of Convenience/ Morcheeba
- MOTOMIX - 1h da manhã
Frankie Knuckles/ Body & Soul

Os preços dos ingressos no MAM-RJ
TIM Club: R$ 120
TIM Stage: R$ 100 para a pista, R$ 80 para mesas atrás e R$ 100 para
mesas na frente
TIM Lab: R$ 70
Motomix: R$ 50
Village: R$ 10

* Em geral, a organização do festival faz mudanças de última hora. Ou
seja, esta programação pode não ser definitiva

Claro que é Rock - 26 e 27 de Novembro (São Paulo)
NINE INCH NAILS (c), GARBAGE (c), Audioslave (e), Foo Fighters (d), System of a Down (pc) e Green Day (d)
Los Hermanos, Nação Zumbi, Cachorro Grande, além das oito bandas escolhidas nas seletivas.