11/28/2003

Você liga a TV e já está acostumado a ver 90% de porcaria. Mas em horários diversos começa a se deparar com um mesmo pessoal vendendo produtos diversos de óculos a carro naquele programa de 300 horas "Mar Shopping Show". Em outro canal vê que aquela série "O Mundo Perdido" quase todas as noites. Umlance ultra-trash que se repete quase todo dia e mistura dinossauros, insetos gigantes, mulheres com decotes provocantes, índos, povos de outras épocas, cenários mal feitos, pedras de isopor, tecnologia de quinta categoria.... Ainda insisto, sou mais ver futebol, mesmo com os narradores e comentaristas disputando para ver quem fala mais besteiras.

11/24/2003

Sensacional. Pra mim foi surpresa. Jorge Ben (Jor) já passou de seus 60 anos, já nos presentou com alguns dos melhores discos e músicas de todos os tempos. Poderia estar em casa deitado numa rede se vangloriando dos feitos. A exigência para um show dele nos dias de hoje se resume a ser divertido (o que acontece 100% das vezes) e ele fugir do óbvio lugar comum de "País Tropical/ Taj Mahal/ W-Brasil". No show de ontem ele conseguiu. Na entrada o pessoal do Projeto Petrobras entregava um folder sobre o show, que incluía o set list com as músicas que seriam apresentadas. Boas canções incluídas, mas pelo visto seria apenas um bom e divertido show. A tradicional abertura com “A Banda do Zé Pretinho” comprovava isso.
A surpresa veio em seguida com uma mudança no programado. Sem set list guia (aqueles que ficam no chão), o velho Babulina tratou de levar seu repertório pela cabeça, mostrando um panorama de várias fases de sua carreira. Muita gente não gosta dos medleys que Ben faz. Ele pega umas cinco músicas, mantém a mesma levada, ‘as vezes mais funkeada, outras o puro samba, e nos presenteia com clássicos. Acho que é a melhor forma dele tocar uma grande parte de seus sucessos, porque se fosse rolar cada música inteira teria que ser oito horas de show pra ser completo. Então dá-lhe “Santa Clara”, “Os Alquimistas estão chegando”, “Eu sou o Sol”, “Menina Mulher da Pele Preta”, “Chove Chuva”, “Ai Ai Caramba”, e para minha surpresa, músicas como “Minha Menina” e “Charles Anjo 45”.
Mas sem dúvida um dos grandes momentos do show foi “Jorge da Capadócia”, numa versão bem parecida com a original. Foda. O show começou tarde e como na Concha normalmente tudo termina às nove, imaginei um show curto, mas o velho Babulina tocou mais de meia hora a mais. Pena que no final ele tenha usado do velho artifício de seus shows, os hits carnavalescos citados acima, somados a “Gostosa”, quando várias mulheres foram convocadas ao palco, inclusive uma “periguete” perdida achando que era show do Psirico e uma outra que de tão animada levantou a saia para mostrar os glúteos. Diversão é isso :-). Desafio alguém a fazer um show desse porte, o cara é o mestre.

11/20/2003

Vão juntando dinheiro para os shows. Ainda em dezembro vai rolar Tom Zé no Teatro Casa do Comércio. O baiano lança o CD “Imprensa Cantada 2003” de 11 a 14 de dezembro. No dia 12, a partir das 15 horas, ele autografa o livro “Tropicalista Lenta Luta”, na Livraria Siciliano do Shopping Iguatemi. No dia 5 tem Autoramas, ainda não se sabe onde.
Claro, sem falar no Mercado Cultural.
Janiero e fevereiro tem Festival de Verão e uma atração já está confirmada: Los Hermanos.

11/19/2003

Donnie Darko (2001)
Nunca mais tinha aparecido em minha frente um filme norte-americano que eu não tivesse nenhuma referência e que me surpreendesse. Tirando alguns filmes mais alternativos, o cinemão yankee só tem mesmo feito apenas uns 5 filmes bons por ano, e olhe lá. O filme é independente (custou 4 milhões de dólares), tem um diretor estreante (Richard Kelly - também roteirista), uma história bem estranha e os principais atores são desconhecidos apesar das pontas de estrelas do quilate da linda Drew Barrymore (que bancou a fita) e Patrick Swayze. Não poderia deixar de gostar de um filme que abre com uma das músicas mais belas já feitas, "The Killing Moon", do Echo & The Bunnymen, um cartão de visitas desses já diz muito. Não nego que aumentei muito o volume nas 8 vezes que revi esse começo.
Como disse a história é bem estranha. É daqueles filmes que desconcertam e você fica sem saber direito o que pensar. Estranho, interessante e bonito. O garoto Donnie Darko (vivido por Jake Gyllenhaal, desconhecido e muito bom) é um ótimo aluno, mas possui um lado bem estranho, com fama meio de louco, graças aos atos que já cometeu, ele tem visões de Frank, um amigo imaginário. Esquizofrênico paranóico, depois que ele se safa um acidente bem estranho, começa a seguir as instruções desse amigo, na verdade um coelho gigante, e promover atos de vandalimso na cidade. O filme possui excelentes diálogos e é um passeio pela mente atormentada de Donnie, além de revelar discussões interessantes sobre viagem no tempo, destino, relaçoes e afins, sem apelar. Numa mistura de fantasia, ficção científica, drama e suspense, "Donnie Darko" é um filme simples, como tem que ser, com um roteiro explêndido, personagens interessantes, atuações de alto nível e um final redentor. Muito bom filme.
A trilha conta ainda com outra pérolas, além da clássica "The Killing Moon": "Notorious" (Duran Duran), "Love will tear us apart" (Joy Division ) e "Under the milk way" (The Church ).
O diretor é o mesmo de "Fora de Controle", não tão bom, mas com uma premissa legal.

11/17/2003

Retrofoguetes arrancando elogios em várias publicações depois do show no Goiânia Noise e ganhando mençao de Fred Zeroquatro (assim como Nancyta e os Grazzers).
The Honkers tocando Brasil a fora, em shows que pelo que já soube foram marcantes.
Dr. Cascadura morando em Sampa, fazendo shows direto, visitando rádios e ganhando altos elogios na Revista Zero.
Los Canos ganhando destaque e elogios no site Senhor F.
Soma e brincando de deus preparando para se apresentar em Vitória da Conquista.
É a cena rocker de Salvador (sim, temos que assumir que ela existe e deixar de frescura) ganhando terreno e alargando fronteiras.

11/14/2003

Alguém duvida que a música do verão vai ser "Hey Ya!" do Outkast? Boa de dançar, boa para dirigir, combina com sol, praia, noite, boate, é facinha de cantar, tem um clipe bacana... Como diz o amigo Alexandre Matias: "mil vezes, bem alto, pra importunar os vizinhos". Isso aí.

11/11/2003

Já parou para pensar nos melhores do ano? Tá quase na hora de começarmos a pensar nisso. Eu tenho alguns favoritos, mas fica pra depois.

Fim de semana bacana com shows do Cordel do Fogo Encantado e Los Hermanos. O primeiro levou na sexta-feira um mundaréu de gente para a Concha para mostrar o show de seu segundo disco. Provaram mais uma vez fazer a música mais barulhenta e do capeta (isso é elogio) sem ser rock no Brasil. Ele sna verdade fazem rock com percussão, viola e poesia. O show perde um pouco quando não é em teatro, já que o barulho se torna uma uniformidade sonora, sem os detalhes que a música deles tem. Assim mesmo está entre os melhores shows do Brasil. Eles tem uma coisa em comum como show de sábado dos Los Hermanos, a histeria do público. Par aminha surpresa o show dos cariocas tinha mais público masculino entre os que gritavam. Eram gritos de "Gênio" pra cá, "mestres" pra lá e muita gente nova pogando como se aquilo fosse uma criação recente. Ótimo, mais alguns anos de sobrevivência pro rock em Salvador. O show foi como o esperado, um desfile de hits, público acompanhando religiosamente e emoção a flor da pele. Não há como não dizer qu eo show na Ed Dez há alguns meses foi superior. Não tanto pela banda em si, mas pelo momento histórico. A Concha não estava tão cheia (calculei entre 3 e 4 mil pessoas), mas tinha um bom público, ainda mais se contarmo o preço (15 reais) e a semana de chuva. Sucessos do primeiro, segundo e terceiro disco se revezavam, com poucas surpresas. Quem conehce a banda já viu que eles dificimente fazem um show ruim.

11/07/2003

A fórmula pop
Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou porque algumas músicas teimam em não sair da nossa cabeça. Segundo os cientistas, estas canções, que receberam o delicado apelido de ‘vermes de ouvido’, provocam uma coceira no cérebro que só é aliviada com a repetição da música. O estudo revela ainda que 97% a 99% das pessoas suscetíveis a coceirinha incômoda. Talvez seja o que a indústria estava precisando para ampliar suas vendas, já que não foi encontrada uma forma de tirar as tais músicas da cabeça. Tem muito artista fajuto por aí que descobriu sem querer essa fórmula, e dá-lhe “To nem aí” e “Poeira”.

11/05/2003

Mais Hermanos
Depois de tocar em Salvador a banda voa direto para gravar o programa do Faustão, lançando single novo (O Vencedor) e o site. Engraçado que dia desses eu comentei numa roda de amigos sobre esse lance de tocar em programas de TV como Xuxa, Fautão e Gugu. Tem gente que é totalmente contra. Eu acho que o importante é você fazer sua música, manter a qualidade de seu trabalho. Se não for contra isso e não rolar nada absurdo, acho que tem mais que ir e mostrar que existe música boa e que ela pode frequentar a grande mídia. No máximo é a parte ruim, a obrigação em se ter uma banda que faz sucesso.

Vários livrinhos bacanas chegando nas livrarias nesse fim de ano. Destaco aqui alguns sobre música:

- "Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo", de Fernando Moura e Antônio Vicente. Um dos maiores nomes da música brasileira e mestre do ritmo, Jackson do Pandeiro, finalmente ganha uma biografia contando fatos de sua vida e obra. O livro traz um acervo riquíssimo de fotos, imagens e dados sobre o ritmista que inspirou meio Brasil na arte de cantar.

- "Todo DJ Já Sambou, a História do Disc-Jóquei no Brasil", de Cláudia Assef (Conrad Livros). Conta a história dos DJs no Brasil, que começou muito antes dessa história da música eletrônica atual. A autora relata essa história, mostrando os nomes que fizeram a e-music desde a década de 50 até os dias de hoje, com detalhes e ressaltando sua importância.

- "Tropicalista, Lenta Luta", de Tom Zé, organizado por Arthur Nestrovski (Publifolha). O livro reúne um texto autobiográfico do músico baiano, com memórias de sua terra natal, Irará, e detalhes de sua trajetória; 25 textos escritos especialmente para imprensa sobre assuntos diversos, de música à política, passando por ecologia, livros e cidade; uma coletânea de todas suas letras e para finalizar uma longa entrevista. A publicação traz ainda discografia e uma biografia musical.

11/03/2003

Infelizmente não fui ao Tim Festival. No papel, um dos melhores festivais que já rolaram por aqui. Não adianta ficar me lamentando, pelo que andei lendo foram vários shows que eu não deveria ter perdido. O bom é o evento foi um sucesso e a edição 2004 promete ser melhor, que já começaram as cotações de shows. De cara o Radiohead não vem, mas o Wilco, que quase vem agora está confirmado, o que já vale a viagem. O Kraftwerk, que tocou no Free Jazz em 98, parece que vem também. Se for metade do que foi, já vai ser foda. Os djs belgas do 2 Many Djs também estão confirmados. Eles tocaram esse ano, mas a produção considerou o show deles prejudicado e vai repetir a dose. Quem viu disse que foi absurdamente sensacional. Eu acho que vão tentar trazer o Flaming LIps, qu eestava muito cogitado para esse ano, além do Weezer. Mas é um pouco de torcida também e daqui para o ano que vem muita coisa boa vai surgir. Espero poder ir.