10/25/2005


Quem é bom faz ao vivo

Mais um festival se finda e uma série de shows entra na lista de melhores que o Brasil já viu. De início era difícil responder a pergunta que todo mundo fazia (e ainda faz): Qual foi o melhor show? Sustentei por umas 12 horas um empate não tão convicto entre Strokes e Wilco. Na verdade, acho que só dá para avaliar com um pequeno distanciamento do show, porque dá para ter uma noção melhor do impacto que ele teve sobre nós. E é exatamente impacto o que cometeu o norte-americanos do Wilco no primeiro e único show deles no Brasil. Para quem apostava apenas nas doces e belas baladas e um clima mais intimista, o erro foi uma feliz surpresa. A banda ligou a guitarra na tomada, em alguns momentos eram três ao mesmo tempo e fez um show primoroso.

Vários fatores podem definir um bom show. Boa execução técnica, vontade, interação, som de qualidade etc. Mas nada disso funciona sem pelo menos um punhado de boas canções (pelo menos no rock). No caso do Wilco, para quem conhece seus discos as canções tem qualidade garantida, um misto de folk, com alguma dose country, uma pegada rock e alguns outros recursos aqui e ali. No caso do show no Tim Festival, as canções estavam lá, facilmente reconhecíveis, belas, doces e cantadas quase todas por um público que atendia aos pedidos de Jeff Tweedy, líder e cantor da banda. Mas foi mais do que isso. O grupo tem um poder impressionante ao vivo, transformam as canções em rock de verdade, sem perder a ternura e a beleza.

Não é todo mundo que consegue unir de forma tão magistral a doçura melódica de belas composições e a pegada e energia rock. Resultado uma explosão no palco e em consequência na platéia. Não precisava se escabelar, berrar, pular, bastava acompanhar de queixo caído e no máximo cantar junto aquele desfile de alto nível que acontecia em um momento único no país.

A tomada rocker esteve ligada com vontade durante quase três horas, o bastante para a banda desfilar uma sequência de belas e bem tocadas canções com uma energia rock surpreendente. Um passeio que começou com "Poor Places", e se seguiu com "Kingpin", "Break your Heart", "Muzzle of", "Handshake Drugs", "Shot in the Arm", "At Least", "Misunderstood", "Hummingbird", "War on War", "Jesus etc.", "Walken", "I'm the Man", "Spiders", "Via Chicago", "Late Greats", "HMD", "Monday", "Outtasite" e "I'm a Wheel". Não era dífícil se emocionar com o que entrava pelos olhos e ouvidos, nem raro ver lágrimas escorrendo nos rostos de pessoas ao lado. As belas melodias e letras ecoavam.

Seis músicos entregues aos caminhos do rock provocavam aquilo tudo de forma até simples, como deve ser. Eles sabiam bem o que estavam fazendo, com plena convição da celebração que estavam cometendo durante aquelas horas de show. Ave Rock. A banda veio completa, Jeff Tweedy na voz e guitarra estava feliz como se fosse sua estréia. Aos 37 anos, sabia como se fazer um show histórico, comandava tudo, do coro do público a sua magistral banda. Sem economizar adjetivos, tudo soava lindamente, bem tocado, com técnica e alma.

A cozinha fantástica, com baixo (John Stirratt, que também fazia backing vocal) e bateria (Glen Kotche) precisos dando o tom para uma exibição de gala. Tudo aliás era preciso, coeso e belo. Cada acorde, cada dissonância em prol da canção, em prol de produzir ao vivo um showzaço, daqueles de fazer o público mal piscar. A banda unia o que é necessário, eficiência nos instrumentos e uma tal de atitude, que muitos confundem por ai. Mas é aquilo ali, vontade de fazer o melhor show da vida, ou perto disso, tanto para a banda quanto para quem estivesse por perto.

Pianos e orgãos, daqueles antigões mesmo, ajudavam a dar um tom de décadas passadas, enquanto o outro teclado, comandado pelo multi-instrumentista Pat Sansone, o porra-louca da banda, criava ares mais modernos, produzindo efeitos. O passado e o presente do rock convivendo sabiamente, criando um dos roteiros para o que vem sendo o rock atual (aqui sim) desde o último anúncio de sua morte.

Sansone revezava teclados, efeitos, congas e guitarras. Ah! As guitarras. Perfeitas. Sublimes. Em vários momentos eram três delas conversando entre si, Tweedy, Sansone e Nels Cline. Esse um caso a parte, um quase cinquentão executando guitarras e steel guitars com maestria e uma vontade que muito jovem nem sonha. Os três se completando, com solos magistrais e sem exageros, terminando as músicas como se fosse sempre a última, criando um barulho belo e inesperado. Cabe reconceituar barulho, não era nada gratuito, inconsciente, era música, rock dos melhores, com cada nota soando perfeitamente e criando uma atmosfera sonora sublime. Cada música tocada com alma, não importando se as vezes ultrapassasse dez minutos. E quem se importava? Estavam todos entregues.

Uma apresentação memorável, que fez o tempo parecer que havia parado. Só o cansaço físico de alguns revelava que já iam duas horas de show. Mas Tweedy armou ainda a deixa, “Não vamos voltar a tocar por aqui tão logo, então vamos continuar tocando”, e largou mais dois clássicos “Spiders” e uma execução primorosa de “Heavy Metal Drummer”. De chorar. A banda sai ao palco e atendendo a um público estupefato volta para um segundo biz. Eles decidem terminar a celebração de forma linda, homenageando um dos mestres que os influenciaram com uma cover de "I Shall be Released", de Bob Dylan. Se encerrava ali uma daquelas noites que você volta para casa com a certeza de que não vai ter outra tão cedo e que não é toda hora que pode presenciar uma outra. Resta fechar os olhos e dizer amém.

10/22/2005


Eles são tudo o que falam (Direto do Rio)

Nos instantes de intervalo, ali sozinho em meio a uma multidão de desconhecidos, fãs (muito mais do que eu) de uma banda que praticamente não existia há cinco anos, me passava pela cabeça alguns shows históricos que havia visto. Alguns ali mesmo no MAM, como Kraftwerk e Sonic Youth. Ou outros como Pixies, Mudhoney, U2 e Jon Spencer. Passava na minha cabeça que nunca havia visto uma banda em seu auge, com um futuro ainda promissor e aberto pela frente, além de estar estourada mundialmente. Não era uma banda cult para um público específico, era a primeira sensação rocker do novo milênio e em instantes eles iam tocar pela primeira vez no Brasil. Os Strokes não precisavam provar nada para ninguém, mas eu queria cobrar.

A pergunta que passava pela minha cabeça é se eles eram bons, bons o suficiente para criar fãs novos num show, fazer alguém comprar um disco ou mesmo montar uma banda. E pensava justamente nisso, pela primeira vez na minha vida eu ia ver uma banda importante no seu momento mais significativo em fazer jovens do mundo inteiro criar uma banda. O público presente era boa parte de garotões que devem mesmo estar montando ou para montar suas primeiras bandas. Naqueles momentos, era o que passava em minha mente. Esses caras em cima do palco estão neste momento influenciando alguns milhões de pessoas e estávamos ali eu e cerca de quatro mil pessoas esperando eles entrarem no palco.

Eles entram sem conversa e enfiam ouvido a dentro um dos já clássicos do grupo, "Hard to Explain", que foi cantada em altíssimo coro pelo público, deixando o quinteto espantado já de cara. Vai ser assim durante todo resto do show, uma banda que é sucesso no mundo inteiro, visivelmente satisfeita e contente em tocar no Brasil, para uma multidão de fãs enlouquecidos. E eles respondem como deve ser, rock, rock da melhor qualidade. Simples, simples, simples. Sem firulas. Sem embromação. Direto. Baixo, guitarras e bateria gritando como devem gritar num show de rock, servindo a um mundo que se tornou amplo demais e que muitas exige o que nem é necessário.

Julian Casablancas, o vocalista, só consegue agradecer e cantar muito. Podia ser impressão, mas ele estava mesmo feliz de ver aquela multidão cantando suas músicas. Elogiava o bater de palmas em sincronia do público com a música "Barely Legal" (“Ninguém nunca conseguiu fazer isso certo, mas vocês conseguiram”)e toda participação deles: "Caras, vocês são barulhentos. Obrigado". Casablanca em cima do palco engana, visualmente parece um garoto ainda esperando a barba aparecer. Pode ser tudo medido, calculado pelo responsável pela maquiagem e figurino (ele é filho de um estilista e entra bem vestido com uma roupa que parece uniforme de coronel da marinha), mas o fato é que não dá para acreditar em como aquele garoto canta tanto.

Nem é preciso tanto no rock (eu sempre acreditei nisso, taí Neil Young que não me deixa mentir), mas esse tal de Julian sabe o que faz com a voz e nem se esforça para mostrar que no dia que desistir do Strokes e até do rock teremos um excelente novo crooner americano. Responsável pelas composições do grupo, ele não precisa fazer mais do que cantar - carregado ao mesmo tempo de doçura, emoção e energia - a série de hits do grupo. E poucos no mundo hoje tem tantos desses hits para sustentar um show, ainda mais para uma banda que só tem dois discos lançados. E eles tocaram todos os hits.

Num clima que parece não se importar muito com o mundo em sua volta o grupo na verdade olhava o público, sorria e tinha certeza que faziam o caminho certo, rock básico e simples, certeiro. Belas melodias, baixo e bateria que sozinhos já valeriam pelo show a parte (melhor, sem precisar chamar atenção de ninguém), um vocal sensacional e as guitarras, sim, elas são um caso a parte. Cada um no mundo de seu instrumento e de sua própria maneira, os guitarristas Nick Valensi e Albert Hammond, Jr. tocam muito, se revezam no papel de base-solo e criam sonoridades que remetem mesmo a dupla de guitarristas que toca no domingo, Tom Verlaine e Richard Lloyd, do Television. Aquilo tudo que se ouve em disco e parece ser muito de mão de produtor, de horas de pro tools e efeito digitais, eles fazem ali, perfeitamente, lindamente.

Nesse primeiro show no Brasil, os Strokes souberam dosar muito bem os clássicos do primeiro álbum ("Last Nite" não podia ser diferente do que levando o público ao delírio), outros tantos do segundo e cinco músicas novas do terceiro ("First Impressions of Earth", que deve sair em janeiro de 2006), entre elas "Hawaii-Aloha", "Juicebox", e "End Has no End". A primeira nova (não sei o nome agora) é séria candidata a melhor música de 2006 e pode anotar aí, vai ser daqueles sucessos monstruosos.

A platéia gritou por "NY City Cops" e foi atendida, mas receberam da banda mais ainda, um biz sensacional com "Reptalia" rendendo um dos melhores momentos da noite e uma última volta inesperada para ninguém ter dúvida que eles também gostaram muito da noite. A banda pode nem passar do terceiro álbum. Não importa. Muitos podem questionar o grupo, mas sem dúvida eles são tudo o que falam. Ultra competentes, talentosos, criativos e com muito estilo fizeram uma apresentação marcante nessa noite de abertura do Tim Festival. Dois discos sensacionais e um show primoroso que entra no rol daqueles para contar para os netos: "Eu estive lá e vi aqueles garotos mostrarem que o rock é feito de coisas simples". Eles sabem o caminho das pedras.


Kings Of Leon
Meio decepcionante, o grupo não passa no palco a energia que mostra nos discos. O show até rende alguns bons momentos, mas não empolga. Daqueles que você até se diverte, mas que não vai nem lembrar muito depois. Até porque, foram ofuscados pelo Strokes.

10/21/2005


Canastra, uma daquelas boas coisas que o Brasil tem e pouca gente conhece (direto do Rio)
Duas inquietações tomam conta de quem está mais atento de como anda a música brasileira ao se deparar com o excepcional show da banda carioca Canastra.
1 - Como é que pode uma banda de tão alta qualidade, com um compositor de alto nível quanto Renatinho, não ser pelo menos um sucesso nos meio mais alternativos?
2 - Como é que podem ficar afirmando por ai que a música brasileira está ruim?
Na verdade as duas questões possuem respostas nem tão difíceis e quem resvalam em problemas comum. O tão falado modelo de funcionamento das gravadoras não é mais suficiente para dar conta de novos artistas que priorizem qualidade do que apelo comercial. E aqui não está se falando que uma coisa inibe a outra, mas sim que hoje a prioridade absoluta da grande indústria é que o artista tem que ter um enorme apelo comercial, só depois, se der, algum valor artístico ou estético.
A música da Canastra nem é difícil, pelo contrário, dançante, com referências não tão estranhas ao ouvido médio como rockabilly, country, swing, surf music e MPB, cai bem aos ouvidos facilmente. As letras bem sacadas, divertidas, inteligentes, fáceis de sair cantando, que junto com a melodias criativas, faz qualquer aprender na hora e sair cantando. Sim, é altamente pop, no melhor sentido da palavra.
O caminho encontrado por esta e tantas outras bandas é o mundo alternativo. Sem dúvida é um caminho sem garantias, mas qual é hoje em dia? A Canastra lançou ano passado o disco "Traz a Pessoa Amada em Três Dias" pelo selo goiano Monstro. O resultado foi um dos melhores trabalhos lançados no ano passado e mais uma das excelentes estréias que tem atingido o universo musical brasileiro. O mais difícil em não ter uma gravadora grande é o suporte que ela oferece. Marketing, distribuição, acesso a mídias, assessorias... Logo, mais facilidade da banda se tornar conhecida. O lado ruim é que nem sempre elas sabem trabalhar e como disse mais acima, a prioridade atualmente é outra e voltada para prováveis sucessos imediatos.
O show da última quinta-feira (20/10) no Circo Voador deve ter sido apenas mais um dos sensacionais que a banda se acostumou a fazer no Rio de Janeiro, mas é aquilo, você pode estar cansado, sem vontade, desanimado e de mau humor. Vai ser difícil resistir. Você pode controlar o cérebro, as mãos, até a cintura, mas é impossível segurar os pés e de repente lá estão eles se balançando sem nem você notar.
No palco, a formação da banda remete as big bands norte-americanas, evidente que passa longe do número de músicos em cena, mas o som que eles fazem tem origem dali, da beira do Mississipi. Renatinho (ex-Acabou la Tequila) é o que costumam chamar de líder, responsável pela imensa maioria das composições é ele quem conduz o show cantando no jeito carioca não malandro, mas esperto, malicioso e com um humor bem peculiar. O riso e a felicidade em ver um cara desses no palco é contagante. Um cara que deveria estar ao lado de alguns outros no país como figuras imortais e que não deveriam ter dificuldades em viver de sua música.
Edu Vilamaior (A Grande Trepada) no contrabaixo acústico e agora cantando algumas músicas também. Parece que as vezes nem estar tocando seu instrumento, tão é a intimidade e a forma ocmo se esbalda em cima do palco, se jogando, pulando e se divertindo como numa festa infantil. Bruno Levy na guitarra e trumpete é o lado mais sério e músico (não quer o resto não tenham uma extrema compoetência), com sua guitarra a la Brian Setzer (com dadinhos e frase em homenagem a Elvis escrita no case). O excelente Marcelo Callado na bateria dá todo o gás para garantir a festa. ALém deles a banda se complementa com dois músicos no sopro, um chamer que garante o espírito big band (e quando não tocam ainda ficam jogando cartas no palco).
A Canastra, com todo esse time de altíssimo nível, desfila um repertório próprio que transforma o Circo Voador por alguns momentos num salão dançante da década de 20. Um baile regado a swing, mas temperado, como já disse, com surf music, country, rockabilly e até uns sambinhas de antigamente. Sem perder o rimto de festa passeiam por essas sonoridades, especialmente em música como "Eu Te disse", "Diabo Apaixonado", "Meu cappucino" e "Nuvem Negra", do primeiro disco, além de músicas novas que mantém o piquee das das homenagens da oite. Uma em homenagem ao presente Gabriwl Tomaz (Autoramas) e outra numa performance sensacional e insana de Nervoso cantando uma de suas músicas. No final das conta sum show estupendo da Canastra com seu som vintage que funcionaria tanto em festinhas pré-adolescentes, quanto em bailes da terceira idade. Pena que a maioria das pessoas nem faça idéia da existência. Azar de todos.

A pergunta das pessoas nesses dias de véspera de Tim festival, é como o festival pode se superar ano que vem. Até porque, juntando ele, o Claro e o Curitiba, já veio qause tudo de relevante. Evidente que é um exagero falar em tudo, mas não vou incluir as centenas de bandas que se tornaram legais apenas nos últimos três anos.
Então pensei, quem eu queria ver no Brasil junto no ano que vem, incluindo apenas algum artista mais velho que já tenha vindo e no máximo um outro mais novo que também já tenha vindo:
Radiohead/ Air/ David Bowie/ Beck/ Franz Ferdinand/ LCD Soundsystem/ Black Rebel Motorcycle Club/ Sons and Daughters/ British Sea Power/ Queens of the Stone Age/ Happy Mondays
Ai pode entrar alguns destes nomes mais novos
Antony and the Johnsons, Devendra Banhart, Decemberists

10/17/2005


Racional em CD
Agora é oficial. O ultra clássico e raro disco "Racional" de Tim Maia, gravado originalmente em dois volumes, vai finalmente ser lançado em CD. A gravadora Biscoito Fino será a responsável pela iniciativa, que vai tornar mais fácil o acesso a uns dos grandes álbuns feitos pelo cantor. Gravados entre 1974 e 1975, o disco traz um estranho e belo trabalho de composições de quando Tim Maia estava afundado no mundo da seita Universo em Desencanto. No álbum, Maia faz uma divulgação religiosa atípica na música brasileira - em grande parte das letras sugere ao leitor que leia o livro guia da seita - mas de uma qualidade impressionante. Racional em CD ainda não tem data marcada para lançamento, mas o primeiro volume deve ser lançado ainda este ano, enquanto o segundo deve chegar às lojas em 2006.

10/07/2005

A volta da corrente de Jesus e Maria


Sim, os anos 80, eles não nos abandonam.
Pois o melhor destes anos, pelo menos entre os melhores, é a banda Jesus & Mary Chain. Detentora de alguns álbuns clássicos e inesquecíveis, além de músicas antológicas que entraram para a história do rock e maracaram a vida de muitos de nós.
Pois os irmãos Jim e William Reid estão de volta. Não precisa ler de novo. É exatamente isso. O Jesus & Mary Chain está de volta depois de sete anos do anúncio do fim.

A volta já estava prevista desde o ano passado, quando boatos falavam em shows em homenagem aos 20 anos de Psychocandy, primeiro álbum da dupla. Mas é muito mais do que isso e talvez as férias desses sete longos anos tenham feito muito bem à banda.
O Jesus & Mary Chain terminou depois de uma briga num show em Los Angeles, mas já estão produzindo material novo, inicialmente um single com uma faixa de cada um dos irmãos. Jim é esponsável por "Song for a Secret", enquanto William fez "Can´t Stop the Rock". O single será lançado no dia 17 de outubro pela Transistor Records.
Um show raro de Jim Reid solo dia 13, em Londres, vai servir para divulgação do singles.