Depois da decepção com "Carandiru", comprei um passaporte disposto a ver vários filmes do Panorama. Acabei perdendo filmes como "Enbriagado de Amor" (de Paul Thomas Anderson - o cara de "Magnólia" e "Boogie Nights"), "Simone", "A Viagem de Chichiro", "Seja o que Deus Quiser", "Promessas de um Novo Mundo", entre outros. Os dois primeiros devem entrar em cartaz no circuito comercial. "A Viagem de Chichiro" também, já que ganhou o Oscar de longa de animação. Bom, é aguardar. Resolvi então me programar e consegui ver quatro bons filmes. Primeiro "Lixo e a Fúria", documentário que conta a história da banda inglesa punk Sex Pistols. Muito boa a forma de contar a trajetória dos caras, inserindo imagens de TV da época. Nunca tinha visto Sid Vicious sóbrio e sem efeito de drogas (pelo menos aparentemente). O filme havia sido destaque da primeira edição do evento no ano passado, mas tinha perdido. Esse ano tive que ir meio dia de domingo ao cinema, mas não perdi. Outro bom filme foi "O Que Fazer em Caso de Incêndio", filme alemão levinho que conta a história de anarquistas que envelhecem e se reencontram.
:: el Cabong ::
Definitivamente virou blog. Cada vez mais falando de música, de todos os gêneros e estilos possíveis. Porque quem gosta de prateleira é dono de supermercado.
3/29/2003
Vou começar essa coisa de blog a sério. Vamos ver se gosto mesmo e até vicio.
Queria começar falando do II Panorama Coisa de Cinema, que começou na quinta (dia 20 de março) e termina amanhã (dia 30). A abertura do evento foi o filme brasileiro mais esperado pós-"Cidade de Deus",
Me lembrou o cinema nacional dos anos 80 pelas fracas atuações dos atores até metade do filme. Mas achei que Babenco errou a mão porque tentou transpor ao máximo as páginas do livro "Estação Carandiru", do médico Dráuzio Varela, do qual o filme foi baseado. Não li o livro, está na lista, mas sei que é o médico contando sua experiência dentro do complexo penitenciário paulista. Ele foi realizar exames de HIV nos presos, já que havia a suspeita de uma epidemia da doença no local. A primeira bola fora de Babenco na adaptação foi querer colocar o médico na história. Tudo bem que ele quis homenagear o amigo, mas o médico é totalmente desnecessário no filme. Outro erro foi tentar pegar as várias histórias do livro e condensar no filme. Não deu certo, parecia, às vezes, um monte de curta mal reunidos em um lugar só. Achei a narrativa conservadora demais e nem tô pensandoem comparar com "Cidade de Deus". O problema é que o filme é normal demais. O diretor assumiu que quer é atingir o maior número possível de pessoas e não se importar com festivais. Tudo bem, mas isso pode ser traduzido como subestimar o público. Fazer um trabalho convencional demais, superficial demais, querendo agradar o máximo de pessoas. tsc tsc. A Globo tá ai para isso. O iflme pretende chocar com cenas mostrando a invasão do complexo pela polícia, o que acarretou a morte dos "111 presos indefesos". Até nisso, o diretor não conseguiu o que queria. Sem explicar direito o que aconteceu, ele apenas mostra uma invasão fria, que de tão fria nem choca o espectador. Se foi isso que ele quis, não conseguiu. De qualquer forma, não é um filme péssimo, dá para assistir sem sair tão irritado, mas não espere nada sensacional. Ah! Alguns atores se salvam, especialmente os menos conhecidos, como Ailton Graça (que faz Majestade) e Milhem Cortaz (Peixeira). A fotografia também merece destaque, mas também com Walter Carvalho...