3/27/2005

Insistindo que os tempos são outros
O grande teste para saber se Salvador vive mesmo um novo e melhor momento em sua vida cultura seria esperar o verão terminar, os turistas irem embora e a sensação de cidade balneário passar. Pois bem, Carnaval já era há um tempinho e Salvador mostra realmente novos ares.
Abril, um mês normalmente até meio morto por aqui aparece como um daqueles períodos de se fazer continhas, tirar dinheiro não sei de onde e se preparar para agitos um atrás do outro. Logo de cara, no dia primeiro a Cascadura abre o projeto Sua Nota é Um Show na Concha, que recebe o samba-rap do carioca Marcelo D2. Dá tempo de de sair de lá, tomar um caldo de cana sem barbeiros e ir pro velho e bom Calypso (nesse calor é bom ir com pouca roupa) para o aniversário da Frangote Records. Os fenômenos de público local The Honkers e Cissa Guimarães já seriam suficientes, mas será também noite de de estréia do Vendo 147, projeto originalmente de um homem só que ganha vida nos palcos e tem seu primeiro CD sendo lançado. Noite também de receber pela primeira vez em Salvador o pop certeiro da Rádio de Outono, banda pernambucana que promete ser um dos nomes mais badalados no meio alternativo em 2005. A banda no outro dia toca também no Poló Rock Festival. É se Salvador não tem um festival, Camaçari tem. Além do pop sem guitarras da Rádio de Outono, o fetsival recebe no dia 2 as bandas The Honkers, Automata, Declinium, Theatro de Séraphin, Inherit e Headhunter DC. O festival prossegue no sábado seguinte (dia 9) com as bandas Djunks, Psicopop, A Fábrica, Lou, Fluid (SP), Cobalto e mais uma ainda indefinida. Dia 2 é dia também de lançamentodo esperado novo trabalho da Soma. A banda lança "Dramorama", belo EP, que jáé sem dúvida um dos bons discos do ano por aqui. O show será no Teatro Irdeb (Federação) às 20h.
Não pára ai, Dias 9 e 10 tem Perc Pan, que recebe Lucas Santana, Adriana Calcanhoto, o projeto On Fillmore, do baterista do Wilco, Glenn Kotche, entre outros. Tem também o projeto Paquito no Banquinho dias 14 e 21, no Cabaré ds Novos, do Vila Velha. NO memso dia 14 tem MQN (GO) e Retrofoguetes no Tapioca, no dia seguinte tem Leela (RJ), Los Canos, Flauer e Lou no Calypso. No domingo, 17, tem PLACEBO, talvez o show mais importante dos últimos tempos por aqui, pois abre a oportunidade de finalmente colocar Salvador no circuito de shows internacionais , é claro que é sempre preciso ter gente para produzir estes shows. Eu soube que ofereceram Hellacopters para shows por aqui.
O melhor é ver que as pessoas estão parando de reclamar e tomando iniciativa. Veja o pessoal da Bigorna. 12 bandas que se juntaram e vão promover algumas ações na cidade. Uma boa sequência de shows para começar. Dia 15 tem The Orange Poem, Little Bell for Sing e Soma no World´s Bar. Nas semanas seguintes devem se apresentar as outras bandas.
Outro grupo de bandas criou o Amplitude, uma cooperativa informal que também vem comuma proposta de fazer trabalhos mais profissionais. Além das bandas Koyotes, Cóccix de Pandora, Tequilers, Black Label, Theatro de Séraphin, Mão de Brenda, a cooperativa reúne jornalistas, blogueiros, programas de rádio etc.
Novidade também que a cidade ganhou talvez seu melhro espaço para shows. Miss Modular, que já vinha sediando algumas das melhores festas da cidade, agora deixa de abrigar um restaurante (po, melhor, comida tem em casa) e passa a receber shows. A noite de abertura, a volta da Big Beats, com Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta e djs, já mostrou que o lugar promete. Mais de 350 pessoas estiveram no lugar, o melhor que um público que não foi aquelas caras de sempre, gente nova procurando o que fazer. Além do novo espaço, Salvador recebe no final de abril uma casa voltada para a música eletrônica. É a Zauber, ali no início da Ladeira da Montanha, no Comércio.