A velha e a nova música brasileira
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- Monsueto Menezes é outro daqueles caras da música brasileira, genial, mas não muito conhecido. Talvez a tal crise da indústria ajude a reerguer esses grandes nomes. Pois Monsueto que tem versões de suas músicas (principalmente "Mora na Filosofia", "Me Deixa em Paz" e "Eu Quero Essa Mulher") cantadas por nomes como Caetano Veloso, Luis Melodia, Milton Nascimento e Alaíde Costa, além de nomes de gerações mais novas como Virna Lisi e Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta. Humorista, artista plástico, cantor e compositor, Monsueto foi homenageado recentemente no Prêmio Rival BR, com exibição de de trechos de filmes que participou e um show. Mais. O disco Bigorrilho, lançado em vinil pela Polydor entre 1963 e 1964, vai ser relançado em CD pela Universal até o fim do ano. O álbum traz faixas como "Jorge Veiga Bigorrilho" (Sebastião Gomes/ Romeu Gentil/ Paquito), sucesso do carnaval de 63, "O Malhador" (Donga/ Pixinguinha/ Valfrido Silva), matriz da faixa-título, o afro-samba pioneiro "Aruanda" (Carlos Lyra/ Geraldo Vandré), "Pula Baú" (Jorge Ben) e inéditas (na época) do próprio Monsueto, "Quero o Meu Nariz", "Casa de Chá", "Olho Grande" e "Resfriado". O disco, uma raridade nos dias de hoje, ressurge pelas mãos do pesquisador Rodrigo Faor.
- Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum). Este é o nome do primeiro disco de Jorge Ben Jor no milênio. Oito anos depois de seu último álbum com músicas inéditas, Benjor acerta, não na mosca, mas supera os trabalhos que vinha fazendo e mostra ainda ter fogo para queimar. Com várias referências ao maior de seus clássicos, o antológico "A Tábua de Esmeraldas", o velho Jorge utiliza eletronices, vozes femininas, muita percussão e coloca o samba a frente do funk.
"Mexe-Mexe" (anteriormente gravada pelo Mundo Livre S/A) abre o disco dando uma pista do que virá adiante. A velha forma de falar das mulheres, num misto de sensualidade e sensibilidade. Como em "Janaína", onde num gostoso sambinha pra dançar a dois canta: "por isso quando ela passar, ninguém mexe que tem dono/ está comigo, pode olhar, mas sem tocar" ou na homenagem talvez não tão merecida a Astrid Fontenelle. Referência a "Umbabarauna" em "Tupinambás", com um coro feminino e por ai vai. O velho Babulina mostra que não perdeu toda criatividade.
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- A Farsa do Samba Nublado é o título do terceiro e novo disco do alagoano Wado, que deve chegar às lojas em setembro pela Outros Discos, agora sob o nome Wado e Realismo Fantástico, a banda que o acompanha. Segundo o próprio Wado esse novo trabalho está mais próximo do primeiro disco Manifesto da Arte Periférica, mas é mais estúpido, mais tenso e com letras longas. "Um disco de dúvida que trata de oscilações de humor e fé e mais rock", afirma Wado. A Farsa do Samba Nublado possui doze músicas, entre composições próprias e versões do carioca Luis Capucho e da banda Oito de são Paulo. Tem ainda participações especiais de nomes como Hugo Hori, do Funk como Le Gusta; o pessoal do grupo Bojo e o Minima, ambos de São Paulo.
1 Comments:
Traste é tudo o que Zeca Baleiro põe o pé em cima, inclusive esse despresivel comentário que não tem comentário. Zeca você é o cara e é isso ai.
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