7/10/2004

" Rodrigo Amarante complementa: "Não fazemos música para tirar nada das pessoas. Não estamos querendo tirar dinheiro de ninguém. Fazemos música para emocionar e dar de presente". É óbvio que vender discos todo mundo quer. O que eles não admitem são armadilhas do mercado nitidamente comerciais, como a associação direta de seu nome com alguma marca. "Esse negócio de fazer comercial para a Coca-Cola é um desdobramento da indústria. A gente rejeita este negócio de vender atitude", diz Camelo, finalmente tomando partido. "A gente só faz o que se sente confortável em fazer. Todo mundo deveria ser assim. O que temos para dizer são as impressões do mundo expressas nas nossas músicas. Não estamos dispostos a emprestar nosso prestígio para nada", completa, enfático. O comercial para a Coca-Cola, estrelado pela banda Charlie Brown Jr., dá para perceber, eles não fariam. Nem o que o grupo Jota Quest fez para a Fanta. Mas, bem, cada um sabe de si. "Não estamos aqui para julgar nem falar mal de ninguém. Cada um faz o que quiser com a sua carreira. Tem muita coisa legal para perdermos tempo com o que não é", amacia Amarante. Com certeza, dentro da nossa lista de itens que formam a personalidade da banda temos que destacar: os caras são bons de bola."

Essas foram as palavras de Amarante e principalmente de Marcelo Camelo, que detonaram a atitude de Chorão do Charlie Brown Jr.

Ninguém em bom senso ou com uma idade superior a 18 anos aprova a atitude de Chorão (todo mundo sabe que ele deu uma cabeçada e um soco em Marcelo Camelo por causa quenão gostou das palavras acima, né?). Triste é a imprensa querer faturar em cima disso, o que já motivou uma carta de Marcelo Camelo detonando uma matéria do Globo falando de uma briga, como ele disse, não foi briga, foi uma agressão.

Mas a questão que vem a minha cabeça é a herança de uma tal "atitude" atrelada ao rock. Se o Charlie Brown Jr fosse uma banda bacana (não, nem tentem me convencer, não é. ponto.), talvez uma parte do público rock´n´roll aprovasse a porrada que ele deu no Camelo alegando que é uma atitude de roqueiro. E é isso que o público fã de Chorão deve estar pensando."pô, meu, o cara não come nada, falaram mal dele, ele foi lá e meteu a porrada". Pior, corremos o risco de entrar num momento de divisão entre os roqueiros muito doidos e revoltados e os roqueiros sensíveis covardes.

A estratégia de marketing das bandas valem hoje mais do que a música. O que é o Charlie Brown Jr sem a postura classe média revoltado como sistema? Não tem como tirar a razão de Marcelo Camelo na entrevista. Foda é apanha nos dias de hoje por palavras que você diz e a imprensa, que posa de defensora da paz não bradar contra a atitude de Chorão, pois ele tem um imenso público e pertence a uma gravadora "importante" que paga anúncio. Se rolar mesmo o boicote ao Charlie Brown, que algumas bandas parece que estão propondo, ai sim vaise ruma atitude rock´n´roll.



2 Comments:

At 3:10 PM, Anonymous Anônimo said...

Namastê!
Sou viajante do futuro. Venho de quase 8 anos depois dizer que não foi tomada nenhuma atitude a respeito desse episódio lamentável na história da música brasileira. O bom senso e a memória do povo são curtos.
Antes de voltar para a minha época, questiono a Vós, terráqueos:
- É assim que resolvíeis vossos problemas no século XXI? Dando cabeçada neles?
- Por outro lado, é assim que criáveis vossos problemas? Falando mal da vida alheia em entrevistas midiáticas?
Não há heróis; nem vilões. Também não há bem e mal. Tudo é questão de perspectiva.
Refletis acerca disso.
Até breve.
Namastê!

 
At 1:50 AM, Blogger Juliano Braga Bueno said...

EU GOSTEI MUITO DO CHORÃO PORRAR A CARA DO CAMELO HAHAHAHA

 

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