12/26/2004

MELHORES 2004 *

Filmes


Encontros e Desencontros "Lost in Translation" de Sofia Copolla - Leve, simples e lindo, com uma trilha-sonora fabulosa e um dos melhores finais de filmes dos últimos anos, até porque termina com Just Like Honey, do Jesus & Mary Chain. Pra chorar.


Dogville de Lars Von Trier - Se existe uma obra-prima feita nos anos 00 até agora, ela é Dogville. Lars Von Trier é hoje um dos mais ousados cineastas do mundo. Nessa obra inesquecível, tirou cenário, externas, pintou marcas no chão, fez um filme de mais de 3 horas só com diálogos e criou uma daquelas obras que marcam quem assiste. Impressionante.


Kill Bill — A Vingança — Vol. 2 de Quentin Tarantino - Num mesmo ano o mestre do cinema volta acertando em cheio em dois filmes. O primeiro é um pouco inferior, mas no segundo o diretor faz outra daquelas obras clássicas. Trilha sonora fantástica, sequências impressionantes (o que é Uma Thurmam dentro do caixão), personagens incríveis e diálogos que por mais que tentem, só ele sabe fazer (o que é aquele sobre o Super Homem?). O cara criou uma linguem própria e sabe o que faz.


Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança "Eternal Sunshine of a Spotless Mind" de Michel Gondry - Os roteiros de Charlie Kaufman têm resultado em excelentes filmes. Acho, porém, que este foi o melhor resultado para raiva dos mais alternativos. Mas é justamente por isso, Brilho... é um filme para um público maior, não é tão doido que assute o publico médio, nem tão bobo e açucarado que agrade a qualquer um. Bonito, extremamente bem feito, é a esquisitice de Kaufman chegando ao cinemão com muita classe e uam direção primorosa do francês diretor de sensacionais vídeoclipes Michel Gondry.


Adeus Lenin de Wolfgang Becker - A sensibilidade de um filho que se dedica para fazer a mãe não sofrer. Parece até um daqueles filmes baseados em fatos reais. Mas não é nada disso. É um daqueles filmes sem muitas pretensões que acabam arrebatando pela beleza, num misto de comédia e drama. Vai além mostrando um lado divertido do fim do comunismo e da postura ideológica.

Discos

"A Farsa do Samba Nublado" Wado e Realismo Fantástico - O alagoano-catarinense acerta mais uma vez em cheio, num belo disco que junta rock, funk, samba e algumas das melhores composições lançadas no ano. Wado convoca a banda, assume o lado cantor interpretando composições de amigos e solta um disco que comprova ser ele um dos melhores cantores/ compositores do Brasil hoje.


Canastra - A banda carioca faz um som vintage, misturando swing, country, surf music e dando forma a um dos sons mais interessantes no meio rocker do Brasil. As sacadas das letras são geniais.


"Nadadenovo" Mombojo - Não tem jeito. Podem pensar e falar o contrário, mas Recife continua fértil como há dez anos (2004 foi comemorada uma década do Mangue Beat). Os garotos da Mombojó não quiseram saber de gravadora, botaram o disco na rua de forma independente, disponibilizaram em mp3, depois lançaram pela revista "Outra Coisa". Sem preconceitos e sem se preocupar com que rótulo ou estilo seguir cometeram na estréia uma obra para marcar a primeira década do novo milênio.


"Smile" Brian Wilson - Um dos caras mais sensacionais e importantes da história da música trabalhou lançou depois de mais de três décadas o que considera sua obra prima. Smiles é marcante, com aquele trabalho com vozes, detalhes e um som inesquecível. Wilson é a personalidade do ano na música. Pior que ele veio ao Brasil e eu não pude ir ver. Só pela importância histórica do lançamento esse disco já se credencia a entrar numa lista de melhores, mas ele é bom mesmo.


"Funeral" Arcade Fire - Quem ouviu incluiu na lista de melhores do ano. Com um casal se revezando nos vocais, a banda desfila canções que falam de morte, mistura instrumentos às vezes inusitados e realiza uma bela obra.


"The Concretes" The Concretes - Acho que todo ano surge uma banda fazendo um som calcado nos sons indies, mas que poderia tocar em qualquer FM do planeta. Pop da melhor qualidade, com belas canções, uma cantora de voz doce e linda.
Além disso, sons de guitarra, trumpete, teclados, harpas, bandolins e bateria usadas de forma interessante e às vezes fora do comum. A músicas "Diana Ross", por exemplo, é só a caixa numa batida repetitiva e genial, o baixo acompanhando, uma guitarra linda e a voz soltando uma melodia irresistível. Uma das músicas do ano. Ah! A banda é sueca e possui oito integrantes, mas às vezes chega a ter 20.


"Who the Killed the Zutons" The Zutons - Uma das boas surpresas do ano. A Banda de Liverpool é bem mais interessante do que os hypes da última semana, se concentrando menos em fazer barulho e mais em criar belas canções (elas de novo). E ai acabam passando por rock, country, folk, abusando de alterações de ritmo, quebra de harmonias, presença de saxofone, num som divertido e meio retrô ... Muito bom. Para quemgosta de referência há ecos de Cake. Talvez o disco do ano.

Shows


Eddie - Vi dois shows dos caras no Carnaval, um em Olinda e outro no Rec Beat, em Recife. Os caras conseguem facilmente transpor pro palco o clima que imprimiram no essencial disco Original Olinda Style. Dub, rock, Frevo, reggae, melomolência e aquela vontade de largar tudo na vida e viver em Olinda. O show em Olinda teve participação de Erasto Vasconcelos (irmão de Naná), dando mais pontos ainda ao show. FODA.


Pixies Curitiba Pop Festival - Só por ver um show dos caras já destacaria. Mas não foi apenas ver um show de uma banda que curto há alguns anos. Foi ver quatro ídolos voltando em forma e desfilando uma série de hits matadores e fantásticos. Houve quem reclamou deles não falarem com o público. Falar o que pelo amor de deus depois de um show daqueles?


Mano Chao - O segundo show que rolou no Fórum Cultural Mundial, na Choperia do Sesc. Três horas de Carnaval com rock, reggae, rumba, salsa e diversão até o talo.
Queria ver esse cara num trio elétrico em Salvador. Quem não dança é maluco.


Los Hermanos - Foram o que? Quatro shows esse ano. Pra mim sempre tem um gostinho saboroso ver aqueles caras que vi em demo cassete, que acopanhei pela internet os primeiros shows, alcançarem a fama e cria uma verdadeira legião de fãs. Há quem reclame dos shows lotados e do público histérico (será que reclamavam das meninas que gritavam na época dos Beatles?), mas eu prefiro ver como uma banda de tão alta qualidade está conseguindo o sucesso. Grandes shows, não sei dizer qual o melhor. Talvez o último em Salvador, com a banda feliz e o público em êxtase, como em todos os outros, mas esse dava para parar e olhar para o rosto das pessoas, observar o sentimento que transbordava de cada presente.


Jupiter Maçã no Festival RG em Curitiba - Um inesperado show da antológica banda Jupiter Maçã. Sim, não era apenas o Jupiter Apple. Era Flávio Basso com a formação do primeiro e antológico primeiro disco, "A Sétima Efervecência". No palco um desfile de clássicos e um show inesquecível ás seis horas da manhã.


Volver Dentro do Festival Coquetel Molotov (Recife), uma das novíssimas bandas do cenário não Mangue de Pernambuco. Rock setentão, Jovvem Guarda, Rock Gaúcho, covers de Cachorro Grande, Frank Jorge, uma banda muito boa e um daqueles shows do caralho.


The Honkers - Vai pelo resumo da obra. Difícil destacar um só show, mas acho que o do Punka foi marcante, público novo se acabando, banda se divertindo absurdamente (até o palco eles quebraram), som duca e rock como deve ser feito, para cima e como se o mundo fosse acabar no outro dia.


Sepultura- no Festival de Verão - Por si só já era um show histórico. Um Festval desse porte em Salvador abrir as portas para uam banda do peso do Sepultura. Eqnaunto a produção do festival alegava que o clima ficou pesado e a estrutura não aguentou (uma torre envergou e quase cai em cima do público no meio do show), a banda não quis saber do dilúvio que caia em Salvador, tocou debaixo da chuva e fez um show absurdamente bome pesado.


Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta - Também difícil falar em um só, vai também pelo resumo da obra, pelos vários momentos memoráveis que proporcionaram. Destaco o que rolou com a Soma e Satélite do Amor, na São Rock 2, ahco que foi um dos primeiros que deu pra perceber o público acompanhando as músicas cantando apaixonadamente.


Marco Butchers - O cara é quase uma lenda. Veio para Salvador sem a banda, mas não deixou por menos, ao lado do mago Morotó Slim (Retrofoguetes) e do eficiente Dimmy (The Honkers) proporcionou alguns dos momentos mai srockers que Salvador respirou esse ano. Não dá para esquecer 3/4 do Dead Billies tocando no Calypso. FODA.


Nação Zumbi - Também poderia incluir vários shows deles. Mas vou destacar o que vi no último dia de Carnaval no Recife, dentro da programação do Rec Beat. Na verdade nem vi o show, só ouvi, isso porque estava absurdamente lotado. Mais de 30 mil pessoas num espaço não tão grande reverenciando a melhor banda ao vivo que existe no país hoje com seu som psicodélico mangue rock. Vi outro show deles em Recife, vi aqui em Salvador, mas esse foi foda porque deu pra sentir como uma banda pode mexer com uma cidade e comover a todos. Ah! tenho que citar também o projeto paralelo de alguns dos caras, Los Sebozos Postiços, que fez um show foda, tocando reggae e fazendo versões do caralho de Jorge Ben.


Lanny Gordin - Centro de Convivência - UFBA - Salvador - Comentei aqui dia desses. Todo mundo sentado, o público boquiaberto e a banda numa das performances mais sensacionais que Salvador pôde ver esse ano.

* esta lista pode sofrer a inclusão de alguns discos que não ouvi, como o Retrofoguetes, ou filmes que não vi, como Os Incríveis.

Ah! Aproveitem e deixem sua lista nos comentários, depois faço a contagem e boto os vencedores.